Problema de saúde pode evoluir para uma pré-eclâmpsia, por isso, é preciso seguir com os exames periódicos para detectar qualquer tipo de alteração
A hipertensão na gravidez é um problema de saúde que requer atenção e precisa de controle constante. Afinal de contas, a condição pode trazer problemas não somente à saúde da futura mamãe, como também do bebê, podendo até mesmo complicar o momento do parto.
Mas a boa notícia é que ela pode ser evitável e tratada a tempo! Basta saber como identificar os primeiros sinais de que algo está errado no organismo e seguir com o acompanhamento médico constante. A seguir, eu te explico tudo a respeito da pressão alta na gestação e como lidar com ela:
O que é a hipertensão na gravidez?
O quadro de hipertensão na gravidez ocorre quando uma gestante apresenta a leitura de pressão arterial igual ou maior do que 140/90 mmHg em, pelo menos, duas medições diferentes. Quando a pressão é maior do que 160/110 mmHg, o diagnóstico é considerado grave, e precisa de cuidados imediatos.
Para saber esses valores, é necessária a utilização de um medidor de pressão com um manguito inflável para apertar ao redor do braço. O primeiro valor no aparelho é o da pressão arterial sistólica, que representa a pressão dos vasos sanguíneos quando o coração bate. Já o segundo valor é o da pressão arterial diastólica, que é quando o coração relaxa entre os batimentos.
É normal que os valores da pressão arterial mudem ao longo do dia, e dependem muito dos hábitos e da qualidade de vida de cada pessoa. Mas, em média, as leituras consideradas dentro do normal tendem a ser por volta de 120/80 mmHg.
Quais são as causas da hipertensão na gravidez?
Existem diversos fatores que podem levar ao aumento da pressão arterial entre as gestantes. Desde a idade, que pode ser abaixo de 20 anos ou acima dos 35 anos, passando pela etnia e indo até questões de genética são exemplos que podem influenciar nessa condição.
Porém, há outras possíveis causas que podem ser evitadas ou, ao menos, podem ser controladas, tais como o excesso de peso, a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, o consumo elevado de alimentos ricos em sódio e o tabagismo.
Outros fatores relacionados à hipertensão na gravidez incluem o fato de ser a primeira gestação da mulher, o que pode causar mudanças no organismo, ser uma gestação múltipla, ou seja, com mais de um feto, e a gestante ter outras condições pré-existentes, como diabetes e doenças autoimunes, incluindo lúpus.
Como identificar os sintomas?
Muitas vezes, a hipertensão na gravidez pode ser silenciosa, por isso, a melhor forma de saber como está a saúde da gestante é realizar as medições com acompanhamento médico, além de seguir com os exames do pré-natal.
Porém, é comum que algumas mulheres possam sentir sintomas ligados à pressão arterial elevada, e eles podem incluir dores de cabeça incessantes, visão embaçada ou com manchas, dores na parte superior do estômago, náusea e vômitos frequentes, problemas respiratórios, ganho de peso repentino e inchaço no rosto e nas mãos.
Após a vigésima semana de gestação, há também um problema que pode ocorrer com algumas mulheres,, a chamada pré-eclâmpsia. Ela costuma ser caracterizada quando, em testes, há a presença de proteínas na urina da mãe. Essa condição afeta o coração e outros órgãos, exercendo uma pressão maior do que o esperado nessa etapa da gravidez.
Ela pode restringir o suprimento de sangue à placenta, danificar o fígado e os rins ou causar acúmulo de líquido nos pulmões. O problema de saúde pode ser leve ou grave, e varia conforme as complicações. Muitas vezes, gestantes com essa condição podem precisar realizar um parto antes do previsto. Por isso, é importante seguir as orientações médicas para lidar com esse problema de saúde.
Quais problemas de saúde podem ser decorrentes?
Por mais que não seja algo unânime em todos os casos, algumas gestantes podem lidar com problemas de deslocamento da placenta ou parto prematuro, antes de 37 semanas, caso a pressão arterial não esteja regulada.
O bebê, por sua vez, pode vir com baixo peso ao nascer ou precisar ser internado em uma unidade de terapia intensiva neonatal. Em casos mais graves, pode vir natimorto, ou seja, ocorrer uma morte fetal.
Já as mulheres grávidas podem ainda desenvolver doenças cardiovasculares após o parto, incluindo derrames.
Como é o diagnóstico da hipertensão na gravidez?
Após as medições feitas com o aparelho de pressão apontarem um valor superior a 140/90 mmHg em dois momentos distintos, a gestante irá precisar realizar alguns exames para um diagnóstico mais preciso.
Em primeiro lugar, o histórico médico deve ser conferido e informado ao médico. Depois, ele poderá receitar exames de sangue, para saber se o fígado e os rins estão funcionando normalmente, além de teste de urina para detectar se há altos níveis de proteína ligados à pré-eclâmpsia.
Com os resultados em mãos, o médico saberá como encaminhar a gestante ao tratamento mais indicado em cada caso.
É possível tratar a hipertensão na gravidez?
Sim, é possível! Existem alguns medicamentos que podem ajudar no controle da pressão, mas que precisam de indicação médica e que devem ser usados entre a 12ª e a 14ª semana.
Mas para casos leves ou crônicos, o uso de medicamento pode não surtir efeito, e ao invés disso, o acompanhamento é a melhor forma de saber se o caso não vira agravado ou evolua para a pré-eclâmpsia.
Além disso, tomar medidas preventivas também é fundamental nessa etapa. Alimentar-se de maneira equilibrada, com menos alimentos ricos em sódio e ultraprocessados, além de realizar a prática orientada de exercícios físicos, ajudam nesse processo. Outros hábitos recomendados são: cessar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas e ter uma boa noite de sono frequentemente.
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IMPORTANTE: O conteúdo desta página não deve substituir as orientações médicas e/ou nutricionais de profissionais da saúde habilitados.
Referências bibliográficas:
High Blood Pressure During Pregnancy. CDC, 2023.
Hypertension (High Blood Pressure) During Pregnancy. Yale Medicine, acesso em março de 2023.