Você está visualizando atualmente 5 dicas para lidar com a culpa materna

5 dicas para lidar com a culpa materna

Sensação de culpa materna pode acometer as mães com excesso de responsabilidade

A chegada do bebê é um motivo para celebrar e dar novos ares ao ambiente familiar. Porém, uma das frases mais clichês da maternidade é também uma das mais reais: “Quando nasce uma mãe, nasce uma culpa”. É impressionante como a gente se sente culpada diversas vezes por “n” motivos.

Ao longo do meu maternar entendi que não é preciso ficar uma pilha de nervos a ponto de se auto prejudicar por conta de ações e atitudes que virão do seu bebê. Foi um processo que envolveu autoconhecimento e autocuidado, mas vou tentar trazer aqui alguns pontos para te mostrar como lidar com esse excesso de responsabilidade a seguir:

O que é a culpa materna?

Você se lembra do seu primeiro dia de trabalho? No começo, a sensação de estar perdida e sem ter a quem recorrer, junto ao medo de errar, provavelmente fizeram parte da adaptação. Mas depois que se pega o jeito, tudo tende a correr bem.

A mesma coisa acontece na maternidade. Toda essa impressão de que não importa o que você fizer ou da forma como fizer, que tudo vai dar errado, ou que você poderia ter feito melhor, acaba levando o nome de culpa materna.

E ela recebe essa nomenclatura pois acaba acometendo mais as mães do que os pais. Isso porque, as mulheres que deram à luz recentemente passam por uma perda de nutrientes durante a amamentação, lidam mais com as noites com privação de sono e sofrem muitas vezes com isolamento social, o que afeta mais o psicológico do que nos homens. Além disso, socialmente falando, as mulheres são as únicas cobradas pelo papel da mãe, esposa e profissional perfeita. Nós mulheres somos ensinadas a cuidar desde pequenas, então tudo que “sai do script” faz com que nos sintamos culpadas. 

Quais as principais causas?

culpa materna
Imagem: Canva

De conciliar a vida social aos afazeres, existem diversos motivos que levam à culpa materna:

Alimentação adequada

Sabe quando você sente que não deveria estar dando aquele alimento para o seu filho, mas mesmo assim dá? Muitas mães têm dificuldade em encontrar o equilíbrio, porque somos o tempo todo bombardeadas com a ideia de que não pode haver “furos” na alimentação da criança.  

Brigas e desavenças

Afeta as mães que acham que estão exagerando no tom na hora de ensinar os filhos ou que acabam criando conflitos com o bebê devido a birras. Também é comum em mulheres que acham que não estão educando o pequeno da forma certa para lidar com o mundo.

Excesso de tecnologia

O que para algumas mamães é um alívio para distrair os filhos, para outras pode ser um problema. O excesso de uso de tablets, celulares, computadores e televisão faz com que muitas mulheres se sintam culpadas pela falta de regulação no tempo gasto com os gadgets e como isso poderia ter sido aproveitado com brincadeiras tradicionais no lugar.

Falta de tempo

Por fim, talvez uma das formas mais clássicas de sentir culpa materna é não saber conciliar o resto da vida de antes com a chegada do bebê. O retorno da licença maternidade, por exemplo, costuma evidenciar essa questão. Ou quando amigos e familiares fazem convites para um passeio ou evento e você não sabe se prioriza o bebê ou você mesma por algumas horas.

E o que fazer quando sentir culpa materna?

culpa materna
Imagem: Canva

Uma vez que você se identificou com as mais prováveis causas da culpa materna, chegou a hora de saber como contorná-las:

1. Rede de apoio

Em primeiro lugar, é importante saber que você não está sozinha. Por isso, não tenha medo de pedir ajuda (de aceitar também!) e de expor o que está sentindo. Procure conversar com outras mães que também já tiveram o problema para saber como elas lidaram com esses sentimentos nos primeiros anos de vida das crianças.

Por experiência própria eu sei que nem sempre a rede de apoio é real e viável. Mas saibam que meu direct está aberto para te ajudar caso você tenha dúvidas, conflitos e precise desabafar.

2. Cada caso, uma solução

Existe uma diferença entre se basear na solução de uma pessoa e de comparar o que ela passou com o que você está sentindo. Eu costumo dizer que “a comparação é inimiga da felicidade”.  Ela pode acabar piorando a culpa materna, e por isso, não vale a pena usar o outro como exemplo para a solução dos seus problemas.

É o que acontece nas redes sociais, por exemplo. Ao tentar comparar as suas responsabilidades com as de pessoas que vão postar momentos felizes, isso pode acabar gerando a chamada positividade tóxica, que afeta a saúde mental. Lembre-se que as redes sociais são uma fração do dia da pessoa e ela escolhe o que vai mostrar. Você acompanharia uma pessoa que só reclama ou mostra a parte ruim da vida dela? Então, ela não vai mostrar isso, e pode dar a impressão de que a vida dela é perfeita.

Se pra você a comparação é inevitável, dar um detox da tecnologia pode ser útil não só para o bebê, mas para você também.

3. Cuide de você

Reserve um tempo para si mesma no dia a dia. Seja na hora do banho, durante uma refeição, ou para um hobby como pintura ou leitura, é importante lembrar que você precisa estar bem para que seu filho também esteja. 

Além disso, priorize o sono regulado na sua rotina de cuidados, pois uma mente que passou a noite em claro não vai conseguir relaxar da forma devida e pode se sentir ainda pior com a pressão da sociedade.

4. Saiba o que priorizar

Se na sua cabeça, uma das preocupações da culpa materna é predominante, entenda que priorizá-la pode ser um passo importante para ajudar na superação. Ou seja, não adianta abraçar o mundo. Muitas vezes focar em só uma atividade que está tomando o seu tempo dá a sensação de dever cumprido e alivia a tensão ao invés de tentar resolver todos os detalhes.

Leia também: como organizar a rotina 

5. Fique tranquila

Por fim, entenda o que está causando o estresse e, consequentemente, a culpa materna. Vale a pena mesmo se remoer à toa? Afinal, a criança vai acabar aprendendo com os erros dela, como qualquer ser humano. E se a origem do problema for um trauma ou situação mal resolvida no passado, não deixe de buscar por auxílio de um psicólogo ou terapeuta para superar isso.

Para mais dicas sobre saúde mental para gestantes e mães, não deixe de me seguir no Instagram: @gibelarmino_  

De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências bibliográficas:

Feeling Pressure to Be a Perfect Mother Relates to Parental Burnout and Career Ambitions. Front Psychol. 2018.

Loes M. et al. Feeling Pressure to Be a Perfect Mother Relates to Parental Burnout and Career Ambitions. Frontiers, 2018.

 Emily P. The Mental Load of Motherhood: How To Support The Mother. NaperVille Counselling, acesso em outubro de 2022.

Este post tem um comentário

  1. Cris

    Aprender a lidar com as nossas emoções também influencia em nossa maternidade, por isso é importante não só aprender a lidar com a culpa como todas as nossas emoções.

Deixe um comentário

Fechar menu