De distrações a conversas, veja o que pode ser feito para acalmar os ânimos dos pequenos
O medo de vacina é algo comum entre boa parte das crianças. A ideia de ser espetado por uma agulha pode levar os pequenos a sentir palpitações, ansiedade, choro e até mesmo passar as noites em claro.
E até mesmo alguns adultos têm medo de tomar injeção. Mas por que essa fobia é tão comum? E será que existe alguma forma de ajudar as crianças a criarem coragem ou, ao menos, distraí-las no momento da picada? Hoje, eu separei algumas dicas que podem ser úteis para acalmar os ânimos e tornar a ida à vacinação mais tranquila para os pais:
Por que é importante dar vacina para crianças?
A vacinação durante a infância é parte essencial da proteção de uma vida inteira. Fornecer a imunidade desde cedo permite que as crianças estejam protegidas contra doenças potencialmente prejudiciais, como sarampo, poliomielite, caxumba, hepatite B, entre outras.
Tanto a Organização Mundial da Saúde quanto o Ministério da Saúde certificam quais vacinas são seguras e eficazes para cada faixa etária. É possível conferir pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações quais vacinas são necessárias para cada faixa etária dos pequenos, desde o momento do nascimento até os 10 anos de idade.
É importante também se informar com o posto de saúde mais próximo sobre horários de funcionamento e como obter a carteirinha de vacinação em dia. Com isso, os pais podem se assegurar de que o filho está mais protegido contra os principais vírus e bactérias contagiosos.
Você também pode conferir mais a respeito de algumas informações sobre determinados tipos de vacina para crianças a seguir:
· Gripe
· Covid-19
Por que as crianças têm medo de vacina?
Alguns estudos sugerem que cerca de 40% das crianças de até 12 anos, em todo o planeta, têm medo de vacina. As motivações apontadas divergem, mas costumam ser separadas em três grupos:
Medo físico
Ocorre quando a criança tem medo de se machucar ou de ser espetada pela agulha. Elas podem associar a picada ao sentimento de dor, pois algumas injeções podem de fato causar essa sensação, o que assusta os pequenos. Nesse tipo de situação, é importante tentar distrair a criança com outras atividades (cito mais abaixo algumas delas).
Medo do desconhecido
Já algumas crianças podem nem mesmo ter lembranças de que tomaram alguma injeção, mas acabam ficando com medo por ser algo novo, ou que saia da rotina. Nesses casos, é importante que os pais conversem bastante antes mesmo de sair de casa para tranquilizar os filhos de que não haverá problemas.
Medo emocional
Por fim, as crianças podem associar a vacina com algum trauma emocional ou lembrança que relacione a injeção a algo ruim. Pode ser um relato de um amiguinho que também tomou vacina, o fato de ter que ir a um posto de saúde ou fatores que associam a vacina a um dia ruim para eles. Por isso, os pais podem tentar tornar o momento menos tedioso ou assustador, e deixá-lo mais reconfortante.
Quais sintomas o medo da vacina pode provocar nas crianças?
Os sintomas podem variar em cada um, mas na maioria das vezes, eles costumam estar relacionados à ansiedade e ao medo. Por exemplo, a criança pode suar bastante, tremer, ter calafrios e arrepios, demonstrar nervosismo e apreensão, ter crises de choro, entre outros.
A ansiedade pode fazer com que o pequeno até mesmo perca o foco e a atenção em atividades do dia a dia e passe as noites sem dormir, dependendo da idade. Em casos mais graves, a fobia de agulhas pode causar aumento da frequência cardíaca, sensações de desmaio e espasmos musculares.
Além disso, há os sintomas ligados à mente, especialmente quando a criança fica traumatizada com as injeções. Por exemplo, ela pode achar que a dor nunca vai passar ou ficar com medo de médicos. Nesses casos, os pais precisam se atentar para que o medo não se desenvolva a esse ponto, sempre conversando e mostrando que a injeção faz bem, e não mal ao pequeno.
Como ajudar as crianças a perderem o medo da vacina?
Tenho algumas dicas que podem te ajudar a convencer seus filhos a tomarem a vacina de diferentes formas:
Respirar é preciso
Seja antes, durante ou depois da injeção, é importante tentar relaxar as crianças e acalmar os ânimos. Busque fazer exercícios de respiração lenta e profunda, contando até dez para cada inspiração e mais dez para cada expiração.
Desenhos de distração
Com uma caneta hidrográfica e lavável, peça para a criança desenhar em um papel ou mesmo no próprio corpo enquanto o médico aplica a injeção. Os pais podem ajudar no desenho para distrair o pequeno.
Melhores amigos
Você também pode levar algo que a criança tenha apego, como um bichinho de pelúcia, uma manta para naninha, uma boneca… Isso fará ela se sentir mais segura na hora de encarar o temido momento.
Trabalhe a cognição
Incentive a criança com frases de autoafirmação. Diga frases em conjunto, como “eu sou corajoso e forte”, “eu posso fazer isso”, “a dor não vai durar”, “eu sou capaz de fazer coisas difíceis”, entre outras.
Música para os ouvidos
Cantar uma cantiga ou música que a criança goste muito pode ser uma forma de acalmá-la. Até mesmo os mais novos são capazes de prestar atenção na melodia. Só tome cuidado para não ser uma canção que o pequeno gosta de dançar, para que não atrapalhe na hora de aplicar a vacina.
Seja o exemplo
Você também pode ter uma conversa franca e honesta de que a vacina é apenas um beliscão e não machuca. Mostre que você também tem a marquinha de vacina e que já passou por isso quando criança. E dê confiança, segure a mão do pequeno para que ele encare com você esse momento.
Para os bebês
Muitas das técnicas que citei podem até funcionar com crianças maiores de um ano, que já têm uma noção do que acontece ao redor. Mas para os recém-nascidos, pode ser mais fácil acalmá-los de outras formas, como enrolá-los em um cobertor, fazer um canto suave perto do ouvido, amamentá-lo antes da aplicação ou segurá-los próximo ao corpo da mãe para sentir o contato pele a pele.
Cuidado com as chantagens
Por fim, vale sempre lembrar que chantagear a criança para que ela tome a vacina não é legal, como por exemplo: “se você não se comportar, vai ficar sem ir ao parque”, ou “se chorar na hora da vacina, não vai comer sobremesa”. Evite isso ou recompensas. Entretanto, vale a pena levar a criança para aproveitar o resto do dia de outras formas, como passear ou brincar com os amigos, para que ele esqueça da tensão no momento da vacina.
Minha experiência pessoal
O Gu, meu filho mais velho, até vomita de tanto medo, usei acessorio de abelhinha que vibra, que aperta a região e muda o foco da dor, mas na real o que funciona é papo reto, fala firme e acolhedora. Falo a verdade, que dói, que pode chorar, mas que é importante para a saúde dele, que funciona como uma armadura que ele precisa enfrentar para ter no corpo, que só não pode fugir. Explico que coragem não é não ter medo, mas sim ter medo e enfrentar o medo e que ele é um menino corajoso. Ai tem abraço e aconchego depois que ele toma e dá tudo certo.
O Murilo já olha para a vacina e fala: eu quero essa armadura, não sai uma lagrima, toma e sai dando risada rs mas não desvalidamos a dor do Gu por isso e nem comparamos, cada um com sua dor. O Gu até ve o Murilo e fala, “nossa mãe, ele nem chora”, vou tentar… Mas aí já abre o bocão e começa a chorar rs
Ou seja, cada criança é uma criança, as dicas que funcionam com um, pode não funcionar com o outro, mas é importante sempre acolher, não comparar e ser franca.
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De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
IMPORTANTE: O conteúdo desta página não deve substituir as orientações médicas e/ou nutricionais de profissionais da saúde habilitados.
Referências bibliográficas:
SI-PNI – Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. Ministério da Saúde, acesso em fevereiro de 2024.
Why It’s Important to Be Up to Date on Vaccines. Children’s Hospital of Philadelphia, 2023.
Kids and needle-phobia. Queensland Government, 2023.
7 Tips to Help Your Child Overcome a Fear of Shots. Children’s Hospital Colorado, acesso em fevereiro de 2024.
What Can I Do to Ease My Child’s Fear of Shots? Nemours Kids Health, 2023.
Kids and the fear of needles: What parents should know. CHOC, 2022.