Exame é opcional, mas assegura a saúde do bebê e da gestante
Você já ouviu falar no exame de ultrassom morfológico? Também chamado de USG morfológico, geralmente ele é pedido pelo médico obstetra quando a gestante está prestes a chegar no segundo trimestre da gravidez, com foco em entender o estado de saúde do bebê e outras características como sexo e idade.
Muita gestante, inclusive, prefere esperar para anunciar a gravidez depois de realizar esse exame. Se você está grávida e quer entender melhor como ele funciona e para que serve, hoje vou te mostrar o quão importante o exame é para a sua saúde e, claro, para a da criança.
O que é um exame de ultrassom morfológico e qual a diferença para o USG comum?
Durante o pré-natal da gestante, vários exames de rotina podem ajudar os pais a saberem como está a saúde do bebê, e um deles é o ultrassom morfológico, que apesar de opcional, é recomendado para o bem-estar e segurança da família.
Nele, o profissional responsável vai passar um pouco de gel na barriga da futura mamãe e, com o auxílio de uma sonda, vai emitir pulsos e ondas sonoras de baixa frequência, que irão ecoar dentro do abdômen para criar imagens do feto que serão computadorizadas. Até aqui, tudo igual a qualquer ultrassom obstétrico, né?
A maior diferença está aqui: O USG morfológico vai examinar uma extensa lista de órgãos do feto, incluindo a cabeça, o cérebro, o coração, a coluna, o estômago, a bexiga, os rins, os braços e pernas, as mãos e pés, além do cordão umbilical, do fluido amniótico e da placenta da gestante. Nesse ultrassom o médico literalmente conta cada dedinho do seu bebê rs
Por que fazer?
A partir dessas imagens, o obstetra poderá identificar várias características do bebê, a começar pelo tamanho dele e a estimativa da idade de acordo com o estado em que esses órgãos se encontram. Depois, ele também pode saber se é um menino ou menina, mas fica a critério dos pais a revelação desse dado.
Caso a mamãe esteja grávida de gêmeos, trigêmeos ou até mais bebês, o exame também irá mostrar essa informação. Por fim, mas não menos importante, o ultrassom morfológico vai apontar ainda a frequência cardíaca e se há a presença de defeitos congênitos, como anencefalia, lábio leporino, hérnias e espinha bífida.
Em relação à Síndrome de Down e outras condições de origem genética, podem ser necessários exames adicionais para complementar os dados encontrados no ultrassom morfológico na hora do diagnóstico.
Quando fazer?
O ultrassom morfológico é realizado pelo menos uma vez em cada trimestre.
O ultrassom morfológico do primeiro trimestre deve ser realizado entre 11 semanas e 13 semanas e 6 dias. Nesse exame, é possível avaliar o risco de Síndrome de Down (e outras síndromes) baseado na transluscência nucal, que é a medida da nuca do feto. De acordo com essa medida é calculado o risco do bebê apresentar alguma alteração.
Já no segundo trimestre, o ultrassom morfológico deve ser realizado entre entre 20 e 24 semanas de gestação. Nessa fase, o exame possibilita analisar a morfologia fetal (detalhes do corpo), visualizando-se detalhadamente o Sistema Nervoso Central, extremidades esqueléticas, face, coração, rins e outros órgãos internos do feto. Também é possível avaliar a placenta, líquido amniótico.
No terceiro trimestre, o exame é feito entre a 28ª e a 32ª semana e, nessa fase, pode ser feito com Doppler para analisar o fluxo sanguíneo e o cordão umbilical. Em gestações de gêmeos, o ultrassom morfológico também atesta se os bebês estão com pesos semelhantes.
Como se preparar para o exame?
O preparo pode variar em cada clínica ou laboratório em que você for realizar o exame. Mas na maioria dos casos, o pré-teste vai incluir beber bastante água algumas horas antes, para facilitar o processo de detecção sonora da sonda. Também é recomendado segurar o xixi após ingerir a água, para que a bexiga esteja mais visível.
E outra dúvida que recebo com frequência é: precisa ir com um acompanhante? Apesar de em alguns locais não ser obrigatório, eu sugiro que é melhor ir sim com alguém, pois dependendo do que o ultrassom morfológico apontar, como o sexo do bebê ou se há um problema congênito, é importante ter alguém para compartilhar esse momento.
Pode ser seu companheiro ou companheira, um amigo ou amiga, até mesmo seus pais. Só não leve outras crianças, pois algumas clínicas não permitem a entrada dos pequenos nessa hora (e elas podem acabar não ajudando muito)!
O exame machuca o bebê?
Fique tranquila! As ondas sonoras não são capazes de afetar a saúde do bebê e nem da gestante pois são de uma frequência muito baixa, e, portanto, o exame de ultrassom morfológico é considerado seguro para ambos!
E o resultado, quando sai?
Diferentemente de um exame de sangue ou de urina, que costuma precisar de análise laboratorial, o ultrassom morfológico gera as imagens no mesmo momento, ou seja, o resultado é imediato.
Porém, nem sempre a consulta com o obstetra pode precisar ser agendada no mesmo dia, por isso, mesmo que você já tenha as imagens do USG em mãos, pode ter que esperar mais uns dias até que tenha um diagnóstico mais preciso da saúde do seu bebê.
Ficou com mais alguma dúvida a respeito do exame? No meu instagram @gibelarmino_, você pode mandar as suas questões sobre o ultrassom morfológico!
De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
Referências bibliográficas:
20-week screening scan. National Health Service, UK, 2021.
Ofonime N. et al. Value and Diagnostic Efficacy of Fetal Morphology Assessment Using Ultrasound in a Poor-Resource Setting. Diagnostics, 2019.
Morphology scan. Pregnancy, Birth and Baby, Australian Government, 2022.