Veja também como introduzir os pequenos ao mundo digital
As redes sociais são ferramentas que facilitam a comunicação, servem como forma de nos informar e garantem entretenimento no nosso dia a dia. Nelas, podemos participar de grupos, confirmamos a presença em eventos, organizamos negócios e conversamos sobre os mais variados assuntos.
Porém, quando se fala em liberar redes sociais para as crianças, nem sempre as mesmas regras se aplicam. Afinal, dependendo da idade, os pequenos continuam aprendendo sobre o mundo ao redor e podem não saber como lidar com o excesso de informação, ainda mais de um jeito no qual os pais, muitas vezes, não conseguem controlar o que eles irão absorver.
Mas, ao mesmo tempo, há pais que defendem que o uso moderado e regulado é uma maneira de fazer com que os filhos passem a entender um pouco mais sobre a vida adulta. Daí fica a questão: com qual idade liberar as redes sociais para as crianças?
Para te ajudar a resolver essa dúvida, preparei um guia com as principais respostas, baseadas em estudos científicos sobre esse tema. Confira:
Por que as crianças querem usar as redes sociais?
Uma das principais características ligadas ao mundo infantil é a curiosidade. Seja para saber por que o céu é azul ou para assuntos mais complexos, como é o caso das redes sociais, as crianças provavelmente vão perguntar, uma hora ou outra, sobre o uso delas.
Mesmo que os pais tentem barrar qualquer tipo de conteúdo, ele pode acabar sendo influenciado por um amiguinho, por um programa de TV, por uma dança que viralizou na Internet, ou seja, de diversas outras formas.
E esse comportamento pode parecer uma coisa nova, afinal as redes sociais começaram a existir apenas no século XXI, mas quando os pais eram mais novos, a curiosidade ia para os telefones fixos, os aparelhos de TV, os programas de rádio…, ou seja, os instrumentos de comunicação mudam, mas a curiosidade sempre esteve presente.
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Com qual idade liberar as redes sociais para as crianças?
Antes de mais nada, é importante ressaltar que não existe uma fórmula que vai servir para todas as famílias. Enquanto algumas crianças podem se sentir mais aptas a usar as redes sociais ainda enquanto mais novas, outras podem precisar de mais tempo para entrar no mundo virtual, ou mesmo nem querer esse tipo de interação.
Mas de forma geral, o consenso feito por especialistas em desenvolvimento infantil e estudos científicos voltados ao uso de celulares na infância sugerem que a idade aconselhável para que os mais novos possam começar a usar as redes sociais é a partir dos 13 anos.
A escolha se baseia em critérios de segurança e privacidade. Não à toa, ao criar uma conta nas redes sociais mais utilizadas, o formulário exige que o usuário tenha a idade mínima de 13 anos.
No entanto, o sistema de inscrição para essas mídias nem sempre é seguro, e muitas vezes, as crianças podem já ter contas nas redes sociais sem que os pais estejam sabendo. Por isso, muitas famílias começam a conversar com seus filhos a partir dos nove ou dez anos, para instruir que as crianças tenham confiança neles para criar uma conta moderada pelos mais velhos.
Também já foi comprovado pela ciência que dar ao seu filho as ferramentas para que ele possa navegar nas redes sociais com segurança é preferível do que ter que proibi-las sem discussão. E isso vale independentemente da idade. A proibição pode aumentar a probabilidade dos jovens quererem entender o que eles estão perdendo e causar discussões e conflitos familiares.
Por isso, o ideal não é levar em conta a idade como um fator para liberar as redes sociais, mas sim, entender que o momento certo está na honestidade, nos valores familiares, em receber respostas negativas, nas conversas entre pais e filhos e no nível de desenvolvimento dos pequenos.
Como introduzir as crianças às redes sociais?
Alguns cuidados podem ser valiosos na hora de criar uma conta digital para os mais novos:
1. Fale sobre responsabilidades
Demonstre para seu filho que o que você está prestes a liberar é algo que exige atenção, responsabilidade e que exige expectativas sinceras para poder seguir funcionando. O comportamento online deve seguir a mesma educação dada offline. Tenha sempre em mente as senhas e cadastros usados pelo seu filho, defina as configurações de privacidade, e limite o quanto ele poderá ficar online sem que isso interfira nos outros afazeres da rotina.
2. Ajude na exploração
Uma vez que as contas foram criadas, selecione junto ao seu filho o tipo de conteúdo que ele irá acessar. Busque por amigos, familiares e passatempos que sejam saudáveis para ele conferir na idade atual. Ensine-o também a como bloquear um conteúdo indesejado e como fazer para deixar de seguir alguém.
3. Construa a confiança
Talvez a parte mais difícil, que divide os pais, é saber que o filho está sendo honesto com o que vê. O excesso de controle também é negativo, uma vez que a criança pode burlar o sistema combinado com os pais e optar pela busca de páginas contraindicadas para a idade dela. Mas incentive para que seu filho tente se abrir quando um conteúdo diferente aparecer. Converse diariamente e deixe que ele saiba que, independentemente do que ele ver, você estará lá para orientá-lo.
4. Inclua o mundo digital na rotina
Foi-se o tempo em que os pais perguntavam apenas “como foi a escola” para seus filhos. Hoje em dia, é importante incluir conversas sobre o mundo digital na rotina, para que os pequenos se sintam mais confortáveis para falar sobre esse assunto. Portanto, você pode perguntar: “viu aquele vídeo no Tik Tok?” ou “o que você viu de novidade no Instagram?” para puxar assuntos que seu filho se sentirá mais animado para falar, criando a relação de confiança citada anteriormente.
5. Faça parte dos conteúdos
Outra forma dos pais ganhar a credibilidade com seus filhos é fazer parte do mundo digital. Grave vídeos de dancinhas com eles para o TikTok, façam receitas que irão viralizar no YouTube, poste fotos juntos nos stories. Isso permitirá uma aproximação maior. Mas se o seu filho não quiser fazer esse tipo de conteúdo ou querer que os pais participem, é preciso também respeitar a decisão e não o forçar a fazer algo contra a vontade.
6. Crie momentos offline
Por fim, por mais que o mundo das redes sociais seja bastante tentador e viciante, é preciso saber quando parar. Para isso, crie zonas livres de tecnologia em sua casa, como na sala de jantar durante as refeições, ou então estabeleça horários offline, como na hora de dormir ou na hora de estudar.
Para saber mais sobre redes sociais para as crianças, você pode me acompanhar no Instagram do De Mãe em Mãe (@demaeemmae_) para conferir mais conteúdo a respeito do dia a dia com os pequenos, e também o meu perfil (@gibelarmino_), onde você encontra dicas sobre bem-estar para a família.
De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
IMPORTANTE: O conteúdo desta página não deve substituir as orientações médicas e/ou nutricionais de profissionais da saúde habilitados.
Referências bibliográficas:
Is your child ready for social media? CEOP Education, acesso em abril de 2024.
What Age Should Kids Have Social Media? BGCA, 2023.