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Síndrome do ovário policístico e fertilidade

Saiba como identificar a condição e como ela pode afetar na gestação

Muitas brasileiras pretendem um dia ter um ou mais filhos, e por isso, o anúncio de uma gravidez sempre gera aquela expectativa misturada a outros sentimentos. Porém, nem toda mulher acaba conseguindo engravidar, e em alguns casos, o problema pode estar em uma condição relacionada aos hormônios.

Trata-se da síndrome do ovário policístico (SOP), capaz de afetar a fertilidade e nos períodos menstruais. Se você quer saber mais sobre o que é essa condição, como ela afeta a vida sexual feminina e o que acontece se ela não for tratada, vem comigo que te explicarei tudo sobre o assunto:

O que é síndrome do ovário policístico?

A síndrome do ovário policístico é uma condição que ocorre no metabolismo de uma em cada dez mulheres no mundo. Ela faz com que os ovários cresçam de maneira anormal, devido à uma grande concentração de folículos, que por sua vez, levam ao desequilíbrio hormonal e afetam outras funções do corpo.

Quais as diferenças entre síndrome do ovário policístico e cisto no ovário?

Além disso, muita gente confunde a condição com outro problema de saúde recorrente entre as mulheres: o cisto no ovário. Porém, a síndrome do ovário policístico não causa nenhum tipo de cisto, que só ocorre de forma natural como resultado do ciclo menstrual feminino em anos férteis.

Na maioria dos casos, os cistos no ovário desaparecem com o passar do tempo e são inofensivos. Mas uma característica comum entre ambas as condições é que podem levar à menstruação irregular ou inexistente, e por isso é normal acabar confundindo uma com a outra.

Para que uma mulher seja realmente diagnosticada com a SOP, ela precisa ter identificado com ajuda de um profissional de saúde ao menos dois de três sintomas principais:

1.   Menstruação irregular: seja em períodos diferentes do normal ou interrupção total, pois os ovários não liberam mais os óvulos com a mesma frequência.

2.   Ovário policístico: quando, no ultrassom, aparecem cistos ou micropolicistos em um ou nos dois ovários; o ovário aumenta de tamanho e fica inflado com líquidos ao redor.

3.   Excesso de androgênio: conhecido por ser o hormônio “masculino”, pode causar excesso de pelos faciais, espinhas, e também nos exames é possível ver aumento desses hormônios como testosterona e outros sinais físicos.

Porém, uma questão que dificulta o diagnóstico é que mais da metade das mulheres afetadas pela SOP não apresentam nenhum sintoma, especialmente em estágios iniciais.

O que causa a síndrome do ovário policístico?

A causa exata da SOP é desconhecida pelos médicos, mas ela geralmente tem fatores hereditários e hormonais relacionados. Por exemplo, sabe-se que um alto nível de insulina no organismo, que é o hormônio que controla o nível de açúcar, pode deixar o ovário mais propício a ter o acúmulo de folículos na região.

Outro fator ligado ao aumento no risco da síndrome do ovário policístico é o excesso de peso e a obesidade, pois também contribui para uma maior produção da insulina internamente.

Quais são os sintomas da SOP? 

Fora os sintomas já citados, como a menstruação irregular e o aumento dos ovários, a mulher que está com a síndrome do ovário policístico pode sofrer com ganho excessivo, dificuldade de perder peso, fadiga, aumento de pelos pelo corpo, queda de cabelo, acne e pele oleosa.

Vale destacar também que muitos dos sintomas são mais aparentes na adolescência, então mulheres que ainda estão nessa fase podem ter as alterações mais evidentes. Ainda assim, é uma condição que ocorre apesar da idade, por isso, é preciso acompanhar mesmo em mulheres mais velhas.

Quem tem SOP pode engravidar?

ovário policístico
Imagem: Canva

A síndrome do ovário policístico pode comprometer a fertilidade, o que torna a gravidez mais complicada em algumas mulheres. Porém, por meio de mudanças no estilo de vida ou tratamentos específicos para a infertilidade, é possível voltar a ter chances maiores de conseguir a tão sonhada gestação.

Uma recomendação que dou é, além de seguir os cuidados do médico endocrinologista e ginecologista, consultar também profissionais que cuidam da saúde mental, como psicólogos e terapeutas, para tornar o processo de recuperação individual mais eficaz.

Além disso, a nutrição é aliada importantíssima no tratamento da SOP. Como ela está associada ao metabolismo da glicose, é indispensável um acompanhamento na alimentação para controlar a ingestão de carboidratos e restaurar os níveis ideais de glicemia e insulina. Estudos também mostram que a alimentação com um padrão mediterrâneo mostra bastante benefícios no controle e tratamento da SOP.

Leia também: Como planejar uma gravidez: 4 passos essenciais

Existe tratamento para a síndrome do ovário policístico?

Antigamente era comum utilizar medicamentos para tratar somente os sintomas da SOP. Médicos costumavam prescrever anticoncepcionais, que contrapunham os hormônios femininos àqueles masculinos produzidos pela doença. Isso eliminava sintomas desagradáveis, como menstruação irregular, infertilidade, queda de cabelo, acne e crescimento excessivo de pelos.

No entanto, essa conduta não cuida da causa da SOP. Precisa-se tratar a causa para controlar a doença definitivamente. Por isso, hoje em dia, como falei, o tratamento é totalmente voltado para o controle da causa, que muitas vezes está na glicemia. 

A primeira conduta dependendo dos exames é de estilo de vida:

  • Alimentação mediterrânea, baixa em ultraprocessados e controle na ingestão de carboidratos;
  • Atividade física;
  • Controle de peso quando houver acúmulo de gordura visceral (na região da barriga). 

Quando as alterações de estilo de vida não são suficientes para abaixar os níveis de insulina e glicose, Pode ser necessário recorrer a medicamentos para controlar a glicemia.

O uso de hormônios anticoncepcionais ou outros medicamentos pode ser uma opção, se os sintomas forem um grande incômodo. No entanto, não devem ser o foco principal de tratamento nem a única forma de tratamento.

Em casos graves, pode ser necessário uma perfuração ovariana laparoscópica. Ela é feita com anestesia geral e dura 30 minutos, em média. Ele é feito com auxílio de laser para destruir a camada de tecido que está causando o aumento hormonal.

Quer saber mais sobre a SOP e outras condições que afetam a saúde das gestantes? Me segue no instagram @gibelarmino_ para conferir mais dicas!

De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências

Polycystic ovary syndrome. National Health Service, 2022.

What is The Difference between Ovarian Cysts and PCOS? London’s Women Center, 2019.

Does PCOS affect pregnancy? NIH, 2017.

PCOS and pregnancy. Pregnancy birth and baby, 2022.

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