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Como planejar uma gravidez: 4 passos essenciais

Da alimentação aos suplementos, veja o que levar em conta antes de ter um bebê

Em algum momento da vida, você já deve ter se perguntado: será que é o momento certo para uma gravidez planejada? Apesar de não existir uma resposta que se adeque a todo mundo, é importante pensar que a chegada de um bebê irá certamente trazer alegrias e vivências únicas, mas ao mesmo tempo, privará alguns hábitos na rotina do casal.

Aqui no De Mãe em Mãe, você já conferiu como planejar o lado financeiro e familiar, mas agora, irei também mostrar como essa decisão pode precisar de mudanças no corpo e na saúde da possível nova mamãe do pedaço:

Como planejar uma gravidez?

Antes de mais nada, é fundamental que tanto você quanto seu cônjuge tenham em mente que a gravidez é consensual. Uma vez que ambos estão dispostos a tomar esse próximo passo, é hora de colocar o plano em prática.

O tempo pode variar para cada mulher. Existem casos de pessoas que podem engravidar de imediato e outras que podem levar meses ou anos até conseguirem. Por isso, não é necessário fazer comparações com amigas, familiares ou outras pessoas que ficaram grávidas para se basear no seu preparo.

Além disso, fazer consultas periódicas com o seu médico pode ajudar no processo, uma vez que ele irá pedir exames clínicos e laboratoriais para identificar se o seu corpo está preparado para receber uma nova vida por nove meses.

Tudo certo com sua saúde e alinhado com o companheiro ou companheira, vamos agora ao passo a passo de como planejar uma gravidez!

Planejando a gravidez passo a passo:

planejando a gravidez passo a passo
Imagem: Canva

Passo 1 – mudança de hábitos

Estudos na área da programação metabólica tem aumentado cada vez mais e trazendo resultados importantes para quem está planejando uma gestação! Esse conceito de programação metabólica, que é a base para o conceito dos primeiros 1000 dias do bebê, demonstram que nossos hábitos de vida antes mesmo da gravidez podem impactar a saúde e desenvolvimento dos nossos filhos! 

Por isso, para uma gravidez planejada, cuide da sua saúde por, no mínimo, 3 meses ANTES da concepção. Isso implica em cuidar da alimentação, praticar atividades físicas, abandonar hábitos nocivos como fumar e ingerir bebidas alcoólicas e, claro, realizar um check up de saúde. 

Isso é válido para os dois membros do casal, não somente para a mulher que vai gestar. Se necessário também é importante realizar suplementações específicas para esse período pré-gestacional. 

Não esqueçam também de cuidar da saúde mental e do estresse do dia a dia. Muito além dos nutrientes, o ambiente em que vivemos interfere nos nossos genes (e nos dos nossos filhos). Então procure, desde essa fase, cultivar um ambiente saudável e agradável onde você vive e nas suas relações!

É importante também ter o uso de medicamentos prescritos sob controle, para não influenciar na gestação, por isso, mais uma vez a consulta médica periódica se mostra crucial.

Outro ponto que pouca gente pensa na hora de se planejar, mas que faz toda a diferença: consulte seu calendário de vacinação para que esteja em dia. Bebês podem pegar doenças junto à mãe, como rubéola, caxumba e sarampo, e basta uma picadinha no braço para evitar complicações mais graves.

Passo 2 – alimentação

A alimentação diária é outro fator chave nesse planejamento. A gestante pode ter que consumir mais verduras, legumes e frutas, além de cereais integrais e proteínas magras para conseguir uma dieta que seja benéfica e nutritiva tanto para ela quanto ao bebê.

O consumo de chás também passa por mudanças, já que muitos podem ter potencial abortivo, e por isso, é sempre bom consultar os rótulos ou perguntar a seu nutricionista antes de preparar uma infusão.

Por fim, uma recomendação dos médicos inclui tentar manter o peso em dia tanto com a alimentação saudável quanto com a prática de atividades físicas regulares, para que comorbidades como diabetes, doenças cardíacas, variações no colesterol e alguns tipos de câncer não se desenvolvam nesse período gestacional.

Passo 3 – suplementação

Outra dúvida bem comum é quais suplementos e nutrientes extras são indicados para quem quer planejar uma gravidez. Bom, como na questão do tempo, não existe algo que sirva para todas, mas uma sugestão que é recomendada pelas organizações pediátricas e de saúde é optar por uma dose adicional de ácido fólico.

Esse nutriente faz parte das vitaminas do complexo B, e mesmo sendo obtido em alguns alimentos, a quantidade nem sempre é a suficiente para o organismo. Por isso, os médicos recomendam um suplemento de 400mcg por dia, feito de forma supervisionada.

A sugestão é começar a tomar o suplemento, pelo menos, 30 dias antes de tentar a gravidez, e seguir com ele até a 12ª semana de gestação, uma vez que a mesma for confirmada em exames.

Leia também: Por que a gravidez é contada em semanas e não em meses?

O ácido fólico é capaz de reduzir o risco de seu bebê ter algum problema no tubo neural, como casos de espinha bífida, e por isso é recomendado para as gestantes. Na alimentação, o nutriente pode ser encontrado em ingredientes como lentilha, quiabo, amendoim, fígado de boi, entre outros.

Gravidez planejada: o que mais devo levar em conta?

gravidez planejada
Imagem: Canva

Por último, mas não menos importante, a saúde mental é primordial no processo de planejamento da gravidez. Você precisa estar se sentindo bem com essa decisão, pois ela certamente irá impactar na sua vida. 

Estamos em 2022 e, ainda bem, alguns mitos sobre a maternidade romântica começaram a cair. Eu acredito que o autoconhecimento é a chave primordial na sua decisão para engravidar. Olhar para dentro e entender se é algo que você realmente quer experienciar ou se sente que precisa por causa de outras pessoas. 

Conversar com outras mães, entender o universo da maternidade e do maternar pode te ajudar a entender o que você quer e não quer experienciar desse mundo, e, até mesmo, decidir que isso não é para você. Considere todas as possibilidades. 

Estou destacando essa escolha porque recentemente li uma matéria com dados chocantes sobre índices de depressão, ansiedade e até suicídio no puerpério. Eu sou mãe de dois filhos e absolutamente realizada na maternidade, mas porque ela foi desejada e consciente e sei que não é assim para a maioria das mulheres. Inclusive foi daí que surgiu o Mais que Mãe. 

Ainda vivemos em uma sociedade em que o trabalho de cuidado, que requer tempo e energia, sobrecarrega muito as mulheres. Não levar esse cenário em consideração pode levar a quadros de ansiedade, estresse e até mesmo depressão. Dados de profissionais do maio furtacor destacam que a depressão perinatal, por exemplo, atinge 25% de mulheres. Já a ansiedade atinge 19% das mulheres até o primeiro ano de vida do bebê. E, além disso, o suicídio é a principal causa de morte materna direta no pós-parto (até o primeiro ano após o parto). 

Se você tem a chance de escolher ser mãe, faça uma escolha consciente!

Conversar com um psicólogo ou terapeuta pode auxiliar no seu entendimento sobre o que realmente você está em busca. Se tiver alguma dúvida sobre essa decisão e todos os aspectos que a permeiam, pode entrar em contato comigo no Instagram @gibelarmino_, vamos bater um papo!

De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências bibliográficas:

Planning for Pregnancy. CDC 2021.

Planning your pregnancy. National Health Service, 2020.

Bonnie R. et al. Preconception Health and Lifestyle Behaviours of Women Planning a Pregnancy: A Cross-Sectional Study. J. Clin Med., 2020.

TABELA DE CONTEÚDO DE VITAMINA B9 NOS ALIMENTOS. Saúde Direta, acesso em setembro de 2022.

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