Infecção causada por fungos pode ser passada da mãe para o bebê ou vice-versa
A candidíase mamária é um problema de saúde que pode afetar tanto as mães quanto os bebês que estão amamentando. Causada por um fungo, ela pode causar coceira e dores locais, além de durar semanas sem o devido tratamento.
Mas como saber se você ou seu filho estão com essa condição? E como tratá-la adequadamente? Hoje, vou te explicar tudo a respeito da candidíase mamária, incluindo dicas de prevenção e cuidados para alívio dos sintomas:
O que é candidíase mamária?
A candidíase é uma infecção causada por um fungo da espécie Candida, que se prolifera em locais quentes e úmidos. Ela pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas é mais frequente em regiões cobertas por roupas e acessórios, como os órgãos genitais e os seios.
Quando ocorre nas mamas, recebe o nome de candidíase mamária. Ela é mais recorrente em casos em que os mamilos da mulher estão rachados ou secos, tornando o ambiente propício para que o fungo se prolifere.
Nos bebês, a condição é mais comum ao redor da boca, seja por meio do contágio da infecção nas mamas durante o aleitamento materno ou por fatores ambientais, que geram o famoso “sapinho”. Ou seja, tanto a mãe quanto a criança podem passar o fungo um para o outro.
O que causa candidíase mamária?
Há uma série de motivos que podem tornar o corpo da mãe e do bebê mais propensos a serem infectados pelo fungo causador da candidíase mamária. Entre eles, é possível citar a falta de cuidados e higiene na região dos mamilos e o uso de peças de roupa apertadas na região afetada.
O uso de conchas e protetores de seios sem a devida higienização e troca nos tempos adequados, e não secar corretamenteórgãos após obanho também podem contribuir para o surgimento do fungo. Outro fator relacionado a uma maior incidência dessa condição é o uso de antibióticos, tanto pela mãe quanto pela criança.
Isso porque, seguir esse tipo de tratamento, o corpo passa a combater bactérias e outros micro-organismos sem distinção, ou seja, pode afetar inclusive aqueles que fazem bem para o nosso sistema imune. Uma vez que o organismo está com a imunidade mais enfraquecida, aliado à umidade e escuridão dessa região do corpo, cria-se um ambiente favorável para a proliferação do fungo Candida.
Por fim, pessoas diagnosticadas com hiperidrose, ou seja, que suam de maneira excessiva no dia a dia, além de pacientes com doenças autoimunes, também tendem a apresentar mais vezes o problema de saúde.
Como identificar candidíase mamária?
Geralmente, o sintoma mais frequente que indica a candidíase mamária é a dor ao redor dos mamilos. Pode ser uma pontada aguda ou mesmo uma ardência no fundo dos seios, variando em cada caso. Ela pode ocorrer durante ou depois do aleitamento, e não desaparece mesmo mudando o bebê de posição durante a amamentação.
Além da dor, uma maior sensibilidade e coceira também podem ser mais recorrentes. Você pode observar ainda que os mamilos ficarão mais rachados e avermelhados, com as aréolas secas e escamosas. Em algumas mulheres, podem surgir erupções cutâneas, com pequenas bolhas em volta das mamas.
Já no caso das crianças infectadas pelo fungo, os sinais mais comuns incluem manchas brancas com aspecto espumoso ao redor dos lábios e da língua. Manchas e feridas, especialmente na área da bochecha interna, também podem ser frequentes.
Se você ou seu filho apresentar algum dos sintomas citados, busque por auxílio médico para que ele possa fazer exames físicos e laboratoriais que indiquem a presença da infecção de forma mais precisa.
Como tratar a candidíase mamária?
O tratamento para esse tipo de infecção costuma incluir o uso de medicamentos antifúngicos receitados por um profissional de saúde. A aplicação pode ser feita diretamente nas mamas ou nos mamilos por meio de gel, pomada ou creme específico. Em alguns casos o médico pode indicar também um medicamento via oral para complementar o tratamento.
Quanto ao bebê que estiver infectado, o tratamento também ocorre por meio de aplicação de gel ou medicamentos antifúngicos orais, e deve ser feito ao mesmo tempo do cuidado com a mãe, para evitar que o contágio via amamentação ocorra.
A partir de dois a três dias após a aplicação dos medicamentos, já é possível notar melhoras nos sintomas em geral. Mas a infecção tende a durar mais tempo, por volta de duas semanas, e por isso, precisa de acompanhamento até que seja completamente sanada.
E como prevenir a infecção?
A forma mais indicada de prevenir a candidíase mamária é por meio da higiene constante. Ela deve ser feita tanto nos seios e nos mamilos femininos, mantendo-os limpos e secos após o banho e após as mamadas, como também nas mãos para evitar o contágio do fungo.
Você pode utilizar almofadas de seios macias e sutiãs de algodão para permitir que a transpiração seja arejada. Evite dormir com sutiã (dentro do possível no contexto da amamentação) e não se esqueça de lavar e esterilizar a concha mamária, se você utiliza, e também os itens do bebê, como mamadeiras, bicos e chupetas.
Por fim, vale a pena seguir uma alimentação equilibrada com baixa ingestão de farinhas e açúcar refinados e que seja rica em probióticos, como iogurtes e alimentos fermentados, que contribuem para repor as bactérias benéficas ao organismo humano.
E aí, ficou com mais alguma dúvida sobre como identificar e tratar a candidíase mamária? No meu Instagram @gibelarmino_ você confere mais dicas sobre saúde infantil!
De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
Referências bibliográficas:
Breastfeeding and thrush. National Health Service, 2022.
Thrush and Other Candida Infections. American Academy of Pediatrics, 2022.
Candidiasis. CDC, 2022.
Candidiasis (Yeast Infection). Merck Manual, acesso em junho de 2023.