Você está visualizando atualmente Por que os bebês ficam com a cabeça achatada?

Por que os bebês ficam com a cabeça achatada?

Desde 1992, quando a Academia Americana de Pediatria passou a recomendar que os bebês dormissem de barriga para cima, o número de morte devido à Síndrome da Morte Súbita Infantil – a principal causa de morte entre crianças menores de 1 ano naquele país – caiu pela metade.

Apesar da diminuição das mortes, os pediatras perceberam um aumento significativo nos casos de bebês com assimetrias cranianas, ou seja, com a cabeça achatada. O problema também é conhecido como plagiocefalia posicional. Mas por que isso acontece? É o que trago no texto de hoje.

O que é assimetria craniana?

É uma mudança na estrutura e formato do crânio. Ou seja, uma parte da cabeça fica mais achatada que outra.

Quais são as causas?

  1. Alterações de origem posicional:

As alterações de origem posicional acontecem devido a alguns fatores: posição que o bebê fica dentro do útero na mãe, por complicações durante o parto, em casos de gestação múltipla ou por hábito de serem colocados sempre na mesma posição para dormir ou na hora de mamar. Dentre as alterações de origem posicional temos a plagiocefalia e a braquicefalia.

  • Plagiocefalia: A parte de trás da cabeça fica chata apenas de um lado, causando uma assimetria. 
  • Braquiocefalia: neste caso a parte de trás da cabeça fica totalmente chata. Fazendo com que a cabeça fique mais pontuda no topo em cima.

2. Cranioestenoses:

Já as cranioestenoses são causadas pela fusão prematura de uma ou mais suturas cranianas e dentre os tipos diferentes de cranioestenoses temos a braquicefalia anterior, a escafocefalia, a plagiocefalia anterior e a plagiocefalia posterior (sendo que, de todas essas, a mais comum é a escafocefalia). Esses tipos de casos são mais difíceis de serem resolvidos e, muitas vezes, necessitam de cirurgia, por isso que é tão importante o diagnóstico precoce, feito sempre por um médico, e por isso também que, nesse vídeo, vamos nos ater às alterações de origem posicional, mais comuns e para as quais eu posso dar algumas dicas que irão ajudar na melhora dos sintomas.

Por que a assimetria craniana de origem posicional acontece?

A cabeça do bebê é formada por ossos maleáveis e capazes de serem moldados quando constantemente pressionados no mesmo local em uma superfície mais firme como colchão, por exemplo. Nos primeiros meses os bebês ficam longos períodos deitados seja em berços, carrinhos, moisés ou bebê conforto e, além disso, na cadeirinha de carro. 

O que fazer quando perceber uma mudança no formato da cabeça do bebê?

O primeiro passo é procurar seu pediatra. E, se necessário, em seguida, ir em profissionais especializados em assimetrias para que seja feita uma avaliação do crânio através de medidas, realização de escaneamento a laser ou em poucos casos, tomografia. Lembrando que, caso a origem da assimetria seja uma Cranioestenose, quanto antes o diagnóstico for feito, melhor, pois pode haver a necessidade de cirurgia. Ainda, que fique claro que: ninguém tem o crânio totalmente simétrico! Porém há uma variação de medidas consideradas aceitáveis para cada idade da criança.

O que fazer para evitar a assimetria craniana de origem posicional?

– Sempre mudar de posição a cabeça do bebê;

– Trocar de lugar brinquedos no berço para estimular que ele vire a cabeça para outro lado;

– Realizar por alguns minutos diariamente o “tummy time” ou tempo de barriga;

Como corrigir o problema?

A principal medida é eliminar os fatores que causaram a assimetria, evitando que o bebê permaneça muito tempo deitado para somente um lado.

O bebê deve ser estimulado a deitar a cabeça para o lado contrário do achatamento, porém o tronco (corpo do bebê) até 6 meses de vida deve sempre ser colocado para dormir em decúbito dorsal (deitado de costas).

Muitas vezes a criança permanece sempre deitada para o mesmo lado no berço, então inverter a cabeceira deste pode ser útil, assim como mudar a posição de amamentação no colo da mãe. Outro fator que favorece a postura errada da cabeça é permanecer no bebê-conforto ou carrinho por muito tempo. Estes são meios de transporte seguros para o bebê, mas não devem ser usados para dormir ou permanecer em casa.

Outras medidas como colocar o bebê durante o dia e acordado deitado de barriga para baixo para brincar, estimular que fique sentado com apoio a partir de 4-5 meses de vida também são medidas efetivas.

Quando essas medidas não funcionam, existem outras medidas que podem ser indicadas pelo seu Pediatra, como Fisioterapia, uso de próteses cranianas (capacetinhos) para a correção adequada e cirurgia em casos mais raros. 

O ideal é identificar precocemente e tratar o mais rápido possível, pois o formato crânio se define entre 1 ano e 3 meses a 1 ano e 6 meses de idade, e a assimetria que permanecer até então será mantida para a vida adulta.

Espero que tenha gostado desse conteúdo.

De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências

American Academy of Pediatrics. Systematic Review and Evidence-Based Guidelines for the Management of Patients with Positional Plagiocephaly. Pediatrics. 2016;138(5):e20162802. doi:10.1542/peds.2016-2802 

Jung BK, Yun IS. Diagnosis and treatment of positional plagiocephaly. Arch Craniofac Surg. 2020;21(2):80-86. doi:10.7181/acfs.2020.00059

Deixe um comentário

Fechar menu