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Escola em tempo integral: é a melhor opção para o seu filho?

Decisão precisa ser um equilíbrio entre necessidades dos pais e da criança

Independente da idade e motivos que te levem a matricular seu filho na escola, uma dúvida comum que surge nessa fase é optar ou não pela escola em tempo integral. 

Infelizmente, a rede de apoio ainda é um luxo para muitas famílias. Nem todo mundo possui algum parente ou amigo próximo para cuidar da criança no tempo em que a criança não estará na escola. Então se a criança vai para a escola somente no período curricular, quem cuidará dela no outro período? 

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A maioria dos trabalhos no Brasil atualmente, são trabalhos em período integral, de 8 horas por dia. Além disso, precisamos incluir o tempo de deslocamento entre a casa e o trabalho. Nessa soma, muitas pessoas chegam a ficar 12 horas por dia fora de casa. E aí, nesses casos, a escola integral não é uma escolha, é uma necessidade!

Agora, existem pessoas com horário de trabalho flexível, famílias que conseguem revezar os cuidados entre pai e mãe, home office… Enfim, uma infinidade de arranjos familiares e de trabalho (seja ele remunerado ou não), que faz com que a escolha pela modalidade escolar dos filhos seja pensada com mais cautela. 

Então hoje trarei vantagens e desvantagens das duas modalidades escolares e separei dicas que vão te orientar na hora de tomar a derradeira decisão!

Escola em tempo integral x escola em tempo parcial

escola em tempo integral
Imagem: Canva

Posso te adiantar que há vantagens e desvantagens em ambas! Antes de mais nada, é preciso entender que cada situação é diferente, pois o trabalho dos pais, a acessibilidade e a disponibilidade no dia a dia podem pesar na balança na hora de tomar uma decisão e a escola em tempo integral torna-se rede de apoio das famílias, principalmente das mulheres, que infelizmente ficam com a maior carga de cuidado dos filhos.

Uma vez que tudo isso seja decidido, vale a pena ver o que te atrai mais em um sistema de ensino. Uma creche de período parcial proporciona um maior tempo da criança em ambiente doméstico, deixando a rotina flexível e com mais convívio familiar.

Por outro lado, algumas habilidades e competências podem não ser tão desenvolvidas quanto as de quem estuda por mais horas. Já quando a criança passa o período integral na escola, a grande vantagem é a autonomia que a criança desenvolve desde cedo, permitindo que descubra um mundo de possibilidades.

Contudo, a desvantagem que mais percebo nesses casos é justamente a menor interação familiar, que pode resultar em casos de carência por parte do bebê.

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O que levar em consideração pela criança?

Não apenas a decisão dos pais é necessária como também o comportamento dos bebês. Análise esses critérios antes de tomar uma decisão definitiva:

Características físicas

Seu filho tem facilidade para engatinhar ou andar? Ou costuma escalar e pular com frequência? Isso tudo pode impactar na decisão: escola em tempo integral permite que ele gaste toda a energia do dia em um ambiente de ensino propício, enquanto as parciais dividem essa carga com o ambiente domiciliar, o que faz com que os pais precisem encontrar um equilíbrio entre as brincadeiras e o aprendizado.

Características sociais

O quão sociável é seu filho? Ele gosta de falar as palavras que aprendeu? Costuma interagir com outras pessoas e animais? Ou se sente mais tímido? Escola em tempo integral pode ajudar crianças a partir dos dois anos de idade a perderem a timidez, enquanto as parciais são indicadas para as mais introvertidas, que preferem perder o medo aos poucos.

Características cognitivas

Pergunte ao seu filho se ele gosta de aprender coisas novas. Identifique como ele gosta de ser desafiado, se prefere exercitar o cérebro. O período integral na escola ajuda pequenos que anseiam por coisas novas.

Como saber se a criança está gostando de ir à escola?

período integral na escola
Imagem: Canva

Uma vez que sua rotina está adequada ao período parcial ou período integral na escola, é importante perceber se seu filho também se sente confortável com a situação após a matrícula em si. Afinal, ele pode fazer birras ou se comportar mal caso não esteja gostando da decisão. Vou te mostrar alguns dos sinais comuns nesse tipo de comportamento:

Choros antes e depois

Na hora de entrar na escolinha, ele costuma fazer um escândalo? É preciso conversar com o pequeno para que ele não se sinta obrigado, e que ele entenda que irá para um ambiente divertido, onde pode fazer novas amizades. E na saída, como ele sai? O estado emocional dele na saída vai apontar indícios do quanto ele se sente seguro e feliz nesse novo ambiente.

O choro no início é comum, mas após vinte minutos a meia hora, acabam se adaptando ao local de ensino, na maioria dos casos. Aqui a dica é fazer adaptação de tempo, iniciar com menos horas e ir aumentando gradativamente.

Comportamentos diferentes

Para crianças mais crescidas, tente observar se seu filho está falando palavras ou usando gestos que antes não costumava fazer. Ele pode ter aprendido com algum amiguinho, e nesses casos, vale falar com o professor ou o responsável pela instituição de ensino.

De olho na alimentação

Seja levando lanchinhos caseiros ou comendo diretamente na escola, fique a par de tudo que seu filho consumiu no tempo em que esteve longe de você. Se deixou comida de lado, pode ser um indicativo de que não está se alimentando na hora devida. Isso também é importante para identificar possíveis casos de alergia alimentar.

Interação é fundamental

Caso a criança com mais de dois anos de idade se mostre reclusa ou isolada, com medo de interagir com colegas de turma ou com os professores, isso também pode significar que ela não se sente confortável com a escolinha. Faça com que ele participe de interações e se solte para brincar, mesmo que de forma gradual, mas também supervisione o cuidado. A criança nem sempre sabe contar o que está acontecendo, mas seu comportamento se altera e mostra se algo não está bem

Minha experiência

escolha do berçário
Imagem: acervo pessoal

Hoje, a escola em tempo integral é minha grande rede de apoio para que possa me dedicar a minha carreira e ser uma mulher mais feliz e mãe mais inteira. Faço questão de mostrar para meus filhos o que tem de legal na escola e o quanto sou feliz com meu trabalho e só consigo isso graças a escola.

Tive a oportunidade de colocá-los na escola em tempo integral apenas a partir de 1 ano e aumentar a carga horária gradativamente conforme adaptação de cada um deles. O Gustavo, 9 anos, sempre me deu mais trabalho para adaptação e até hoje me pede para pegá-lo mais cedo e apesar de estar matriculado para o período integral na escola, acaba fazendo um período semi-integral (saindo algumas horinhas mais cedo que o horário do integral), já o Murilo de 4 anos, se adaptou mais fácil e fica super bem no integral.

Lá no meu Instagram @gibelarmino_, eu também te mostro o nosso dia a dia e divido dicas práticas de maternidade para tornar o seu maternar mais leve. Espero que aproveite o conteúdo.

De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências bibliográficas:

Vania C. et al. Educação infantil em tempo integral: “mérito da necessidade” ou direito? Eccos, 2019.

Karina M. et al. EDUCAÇÃO INTEGRAL E EDUCAÇÃO DE TEMPO INTEGRAL. Faculdade Sant’ana, 2018.

Crianças terão de ir à escola a partir do 4 anos de idade. Ministério da Educação, Governo Federal do Brasil. Acesso em setembro de 2022.

Anne K. Ask the Experts: Preschool – Part time vs full time? MetroFamily, acesso em setembro de 2022.

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