Contato pele a pele entre mãe e bebê pode trazer benefícios mútuos e aumentar o vínculo afetivo
Você já ouviu falar no contato pele a pele entre a mãe e o recém-nascido? Esse pequeno gesto, quando feito ainda nas primeiras horas de vida, tem ganhado força mundo afora, e estudos comprovam cada vez mais os inúmeros benefícios dessa prática.
Por isso, vou te explicar os motivos pelos quais é importante incentivar esse acolhimento desde o momento do nascimento, como fazê-lo e as vantagens para a mãe e o bebê no dia a dia:
O que é o contato pele a pele maternal?
Esse tipo de contato consiste em, logo no momento do nascimento do bebê, ir diretamente para o peito nu da mãe, sendo ambos cobertos por uma manta quente e aconchegante por, pelo menos, uma hora, ou até o momento de receber a primeira mamada.
Depois disso, ele pode ser feito da mesma forma sempre que o bebê sentir que necessita de conforto ou de calma. Em alguns lugares, a prática também leva o nome de “cuidado canguru”.
O que acontece durante o contato?
Ao ajeitar o bebê sob a manta, a mãe experimentará uma onda de hormônios maternos e começará a sentir o cheirinho do filho, a acariciá-lo gentilmente e se envolver com seu bebê de forma afetuosa.
Os instintos dos bebês após o nascimento os levarão a seguir um processo único que, se não for interrompido, pode ajudarem uma primeira mamada. Se eles puderem se familiarizar com o seio de suas mães e conseguirem pegá-los sem ajuda, é muito provável que se lembrem disso nas mamadas subsequentes, resultando em menos dificuldades na amamentação.
Com isso, os bebês poderão chorar brevemente e, depois, entrar em um estágio de relaxamento. Com o passar do tempo, eles passam a acordar, abrindo os olhos e mostrando alguma resposta à voz da mãe.
E o que não fazer?
A maioria dos bebês seguirá o processo, mas é importante não interromper o vínculo no momento do nascimento. Ou seja, se você puder escolher no seu plano de parto, peça para que o bebê não seja pesado antes de entrar em contato com você, e nem tome um banho pós-parto antes do contato pele a pele, por exemplo.
Muitas equipes inclusive sugerem que o cordão umbilical só seja cortado durante esse contato, esperando que o cordão pare de pulsar enquanto o bebê está no colo da mãe.
Outra coisa importante: se a mãe recebeu muita anestesia durante o trabalho de parto, o bebê pode ficar sonolento e esse processo pode demorar mais.
Como saber se está tudo certo?
É sempre interessante checar alguns sinais do bebê para saber que o contato pele a pele está funcionando. Por isso, a própria mãe, o pai ou qualquer outra pessoa que esteja acompanhando esse momento pode observar esses detalhes:
Posição do bebê
Cheque se o recém-nascido está confortável na posição rente ao peito da mãe, com suas vias aéreas desobstruídas. Veja a frequência respiratória e o movimento do tórax e tente escutar se há sons respiratórios incomuns ou a ausência de ruído do bebê.
Cor
Lembre-se de avaliar o corpo todo do bebê, observando se os membros extremos podem ficar descoloridos. Mudanças sutis na cor indicam alterações na condição do bebê.
Tônus e temperatura
O bebê deve ter um bom tônus e não estar flácido durante o contato pele a pele. Já em relação à temperatura, certifique-se de que o bebê é mantido aquecido durante a prática.
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Quais são os benefícios?
Do vínculo afetivo ao aumento da lactação, existem diversos benefícios relacionados ao contato pele a pele:
1- Cuidados na maternidade
O recém-nascido pode ter uma melhora na saturação de oxigênio, além de ter os níveis de cortisol, responsável pelo estresse, reduzidos. Com isso, sugere-se que esse tipo de contato prévio pode reduzir a permanência hospitalar da mãe e do bebê.
2- Comportamentos básicos
Estudos científicos comprovam que o contato pele a pele pode ajudar a incentivar o comportamento pré-alimentação da criança, auxiliando no crescimento e estimulando a digestão e o interesse do pequeno pela alimentação no futuro.
3- Corpo regulado
A prática é capaz ainda de regular os batimentos cardíacos e a respiração do bebê, auxiliando-o a se adaptar melhor à vida fora do útero. Também pode regular a temperatura e permite a colonização da pele do bebê com as “bactérias do bem” da mãe, proporcionando, assim, proteção contra infecções.
4- Benéfico para as mães
Não só os bebês são beneficiados pelo contato pele a pele. A mãe pode sentir uma melhora no volume do leite. O gesto ainda pode acalmar mães que estão nervosas com o parto ou com a saúde do filho.
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De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
Referências bibliográficas:
Skin-to-skin contact is a key part of the UNICEF UK Baby Friendly Initiative standards. It helps babies adjust to life outside the womb and supports mothers to initiate breastfeeding and develop close, loving relationships with their baby. UNICEF, acesso em novembro de 2022. https://www.unicef.org.uk/babyfriendly/baby-friendly-resources/implementing-standards-resources/skin-to-skin-contact/#:~:text=What%20is%20skin%2Dto%2Dskin,until%20after%20the%20first%20feed.Thaís A. et al. Contato precoce pele a pele entre mãe e filho: significado para mães e contribuições para a enfermagem. Rev. Bras. Enferm. 2010. https://www.scielo.br/j/reben/a/h4LXMTFFnckpXRxYDSxMD8f/?lang=pt#:~:text=O%20contato%20pele%2Da%2Dpele,transmiss%C3%A3o%20de%20calor%20de%20sua