Saiba se seu pequeno pode comer sushi, sashimi e outras iguarias asiáticas

A comida japonesa é uma das mais populares aqui no Brasil. Eu confesso que não sou  a maior fã não, principalmente se tratando das comidas cruas, mas sei que muita gente adora! Do sushi ao temaki, são várias opções para aquele almoço com os amigos ou um jantar a dois. Porém, me perguntaram uma vez com quantos anos a criança pode comer comida japonesa.

Afinal, sabemos que nem toda comida pode ser dada aos pequenos, a exemplo do mel e de outras conservas por causa do botulismo infantil. No caso do sushi, a questão é ainda mais complexa por conta de diversos fatores. Vou te contar tudinho acerca dessa polêmica a seguir:

Com quantos anos a criança pode comer comida japonesa?

Antes de mais nada, acho importante dizer que até hoje não existe um consenso para uma idade certa em que a criança pode começar a comer comida japonesa.

O que sabemos pelos médicos e cientistas é o seguinte: até os seis meses de idade, a alimentação exclusiva dos bebês é a amamentação pelo leite materno da mãe ou, em alguns casos, o uso de fórmulas infantis, segundo o Ministério da Saúde.

A partir dos seis meses, a criança pode descobrir novos sabores por meio da introdução alimentar. Nesse processo, ela irá entender novas texturas e gostos, e com isso, pode inclusive consumir alimentos que fazem parte de alguns pratos orientais, como o arroz e os legumes.

Portanto, não tem problema em oferecer sushis vegetarianos (sem shoyu), por exemplo, nessa fase da criança pequena. A questão principal está no fato de ser um prato que leve peixe cru ou mariscos.

Por que o peixe cru é arriscado?

Esse tema entra na mesma razão do fato de gestantes poderem ou não comer comida japonesa. Não é que seja algo proibido, apenas contraindicado de acordo com a procedência do local.

Existe um risco elevado desse tipo de alimento não ter sido bem armazenado e refrigerado, especialmente em ambientes com estilo self-service, e a proliferação de bactérias e vírus letais pode ser maior.

Com isso, quem acaba consumindo os peixes crus e mariscos pode desencadear processos alérgicos, problemas gastrointestinais e ficar mais suscetível a outras doenças contagiosas.

E no caso dos pequenos, o cuidado é um pouco maior, pois o sistema imunológico deles ainda está em formação entre os três e cinco anos de idade, por isso, podem não ter defesas o suficiente caso o alimento esteja infectado.

Acontece com todo mundo? Não necessariamente, porque o peixe pode ter sido bem armazenado, o corpo pode estar mais resistente a algumas bactérias, e assim por diante. Mas cabe aos pais saberem que existe esse risco e se você tem um restaurante de confiança, vale a pena consultar o pediatra da criança para saber se tem problema ou não oferecer esses peixes crus.

Outros riscos

Como se infecções que atacam o intestino não fossem o único problema, existem ainda duas situações, mais raras, que podem acontecer. A primeira é uma alta dosagem de mercúrio na alimentação, um elemento que consumido em excesso, pode ser tóxico para a saúde.

Ele pode ser encontrado com mais intensidade em robalos, peixe-espada e alguns tipos de atum. Por isso, na dúvida, prefira versões de sushi com salmão, siri e outros frutos do mar nesse momento.

Já o segundo ponto é o risco de hepatite A. Muitos alimentos crus, não apenas os da culinária oriental, podem conter o vírus responsável por essa doença. E a melhor forma de se prevenir é seguir o calendário de vacinas. Veja se ela está disponível para seu filho e até mesmo para você e outros adultos antes de consumir preparos crus.

E o que fazer então?

Para evitar qualquer risco, vale seguir essas dicas:

Espere a idade ideal

Após cinco anos de idade, as chances de o sistema imunológico do seu filho estar bem desenvolvido são maiores. Por isso, se você quer mesmo precaver uma infecção, vale a pena esperar até que ele atinja essa faixa etária.

Lembrando que até 1 ano seu bebê não pode consumir sal, então se você quiser oferecer pratos japoneses antes dessa idade, precisam ser sem shoyu e de preferência os pratos “frescos” porque não levam temperos.

Peça um prato vegetariano

Ao invés de peixes, frutos do mar e outros preparos de origem animal crus, opte por versões com legumes, verduras, algas, arroz e frutas, como abacate e manga. São ideias para essa fase inicial e não perdem em nada no quesito sabor.

Prefira os cozidos

Existem opções da culinária japonesa que não necessariamente são servidas cruas. Há pratos como sushi cozido, cogumelos salteados, camarão grelhado, hot rolls, entre outros preparos que possuem menos risco de estarem contaminados por vírus após passar por um processo de cocção ou fritura.

Não é só o sushi

Outros pratos crus que levam peixes e carnes, como ceviche, tartar, carpaccio, e também frutas e legumes não lavados, podem causar os riscos de infecção. E não só na infância, vale ainda para a vida adulta. Por isso, lembre sempre de saber a procedência dos produtos que está consumindo, e prefira pedir à la carte se puder.

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De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências bibliográficas:

Is it safe for my child to eat sushi? Healthy Children, 2018. https://www.healthychildren.org/English/tips-tools/ask-the-pediatrician/Pages/Is-it-safe-for-my-child-to-eat-sushi.aspx#:~:text=In%20places%2C%20such%20as%20Japan,Get%20the%20Hepatitis%20A%20vaccine.

At What Age Can My Children Eat Sushi? My Pedia Clinic Blog, 2021. https://mypediaclinic.com/blog/at-what-age-can-my-children-eat-sushi/