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Colesterol alto em crianças: como reduzir e prevenir?

Descubra também o que são os triglicerídeos e como afetam a saúde na infância

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o colesterol alto em crianças e adolescentes atinge mais de um quarto dos jovens brasileiros. Muitos pais sequer acabam sabendo dessas alterações em seus filhos, ou simplesmente, ignoram, pois acham que é problema de gente grande.

Mas não é bem assim que deveriam ser os cuidados com esse tipo de condição. É preciso controlar desde cedo os níveis de gordura no sangue para que, na vida adulta, não ocorram complicações mais graves e até mesmo fatais.

Por isso, hoje vou te explicar tudo a respeito do colesterol alto em crianças, dos sintomas ao tratamento, além de dicas para prevenir níveis elevados.

O que é colesterol?

O colesterol pode ser definido como um tipo de substância produzida pelo fígado, e que é parecida com as gorduras. Sua função é ajudar na construção das membranas celulares, na produção de hormônios e na distribuição da vitamina D pelo corpo.

Para que ele consiga exercer essas funções, ele precisa estar em equilíbrio no organismo. Mas além da produção natural que acontece no fígado, o colesterol também pode ser absorvido por meio da ingestão de alguns alimentos de origem animal, comuns na dieta de grande parte da população.

Portanto, quando há um excesso nesse tipo de alimento, independentemente da idade, os níveis de colesterol no sangue podem aumentar, formando placas de gordura nas artérias, o que, consequentemente, leva a problemas cardiovasculares como derrames e ataques cardíacos.

Quais são os tipos de colesterol?

Ao todo, existem duas principais separações de colesterol, e ambos podem ser produzidos pelo fígado ou obtidos pela alimentação. O primeiro é o LDL, ou lipoproteína de baixa densidade. Ele é popularmente conhecido como “colesterol ruim”, e precisa estar em níveis adequados ao organismo, porque, em excesso, ele forma placas que podem “entupir” nossas veias e artérias.

Já o segundo é o HDL, ou lipoproteína de alta densidade, que leva o apelido de “colesterol bom”. Ele é responsável por combater o excesso do LDL e precisa estar em níveis elevados no corpo.

E o que é triglicérides?

Já os triglicérides são um outro tipo de substância encontrada no sangue. Ele, sim, representa o nível de gordura corporal de cada pessoa, e seus altos índices podem significar um maior risco para doenças cardíacas, assim como ocorre com o colesterol.

Os triglicérides também podem aumentar quando consumimos muito carboidrato, uma vez que o excesso desse nutriente é transformado em gordura no nosso corpo. 

O que causa o colesterol alto em crianças?

Existem três principais fatores ligados ao colesterol alto em crianças: a dieta, a genética e a obesidade. No caso da dieta, se deve ao fato de a criança ter uma alimentação rica em gorduras saturadas e trans no dia a dia, proveniente de alimentos gordurosos como as frituras, excesso de alimentos de origem animal gordurosos, e também os ultraprocessados.

Em relação à genética, ocorre quando um dos pais ou um familiar próximo possui colesterol alto, e essa predisposição é repassada entre gerações. Lembra que eu falei que o nosso fígado produz colesterol? Pois bem, pessoas com predisposição genética a colesterol alto, produzem mais colesterol do que outras, e, por isso, o colesterol no sangue já pode ser mais alto mesmo quando a alimentação não possui fontes desta gordura.

Por fim, quanto à obesidade, se deve não só à alimentação, mas à falta de exercícios físicos no dia a dia.

Já os níveis altos de triglicérides costumam ser provenientes dos mesmos fatores do colesterol, mas ainda podem incluir doenças e condições pré-existentes como o diabetes mellitus, o hipotireoidismo, problemas nos rins e no fígado.

Como identificar o colesterol alto em crianças?

O colesterol alto em crianças pode ser identificado por meio de um simples exame de sangue. Ele deve ser feito especialmente em casos de familiares que já possuem um histórico de doença cardíaca ou variações de colesterol, mas de maneira geral, pode ser realizado em qualquer criança a partir de dois anos.

Além disso, no caso dos adolescentes, é importante levar em conta que os níveis de colesterol podem variar mais do que em crianças, uma vez que os índices lipídicos durante a puberdade podem sofrer grandes variações.

Apenas o médico do seu filho poderá dizer quais devem ser os resultados para ele. Mas em geral, em crianças sem fatores de risco associados, os níveis saudáveis costumam ser: LDL inferior a 130 mg/dL e HDL superior a 35 mg/dL.

Quais são os sintomas do colesterol alto em crianças?

O colesterol alto normalmente não causa nenhum sintoma aparente. Por isso é importante fazer os testes para sua detecção.

Como reduzir o colesterol alto em crianças?

colesterol alto

As mudanças no estilo de vida são fundamentais para tratar o colesterol alto em crianças. Elas podem incluir a prática de exercícios físicos moderadamente ao menos três vezes por semana, diminuir o tempo de tela para menos de duas horas por dia, variar a alimentação para incluir mais frutas e vegetais e menos ultraprocessados.

Crianças com mais de dez anos e que possuem parentes com histórico de colesterol alto podem precisar de medicamentos que controlem os níveis de gordura no sangue, como as estatinas. Mas apenas o médico poderá receitar esse tipo de fármaco.

3 dicas para prevenir o colesterol infantil

A seguir, separei dicas que podem te ajudar na rotina para prevenir os altos níveis de colesterol nas crianças:

1.   Cardápio variado

Monte um cardápio com fontes saudáveis e limitadas de lipídios. A recomendação da Academia Americana de Pediatria é de que a quantidade de gordura consumida por uma criança seja de 30% ou menos do total diário de calorias, ou seja, de 45 a 65 g de gordura ou menos por dia.

As melhores opções incluem laticínios como leite, iogurtes e queijos magros , além de azeite de oliva, nozes e castanhas, e frutas como o abacate. Além disso, adicione alimentos que sejam aliados da boa digestão e absorção dos nutrientes, como vegetais, frutas e grãos integrais.

Isso quer dizer que as crianças não podem comer carnes e ovos, por exemplo? Não, pelo contrário, esses alimentos podem sim fazer parte de uma dieta saudável, até porque são fontes de proteínas, vitaminas e minerais.

O importante aqui é moderar na quantidade e limitar a gordura nesses ingredientes. Por exemplo, se a carne tiver uma faixa de gordura, é melhor evitar consumi-la, preferindo opções mais magras no cardápio.

2.   Treine brincando

Uma forma de incentivar as crianças a evitarem o sedentarismo associado ao colesterol alto é brincando com elas! Mas ao invés de jogar videogame ou assistir a um filme, experimente sair na rua para jogar bola ou brincar de esconde-esconde, por exemplo.

Se ao menos você conseguir conciliar uma hora de brincadeiras ao ar livre por dia na rotina das crianças, elas certamente irão exercitar o corpo, prevenindo o aumento do colesterol LDL.

3.   Dormir também é importante

A higiene do sono e o tempo de descanso auxiliam a criança a ter mais energia para se movimentar no dia seguinte. Além disso, os nutrientes obtidos na dieta são melhor absorvidos durante a hora de dormir. Por isso, priorize uma boa noite para o seu filho, evitando aparelhos eletrônicos que possam tirar a atenção do momento e criando um ambiente calmo e apropriado para que ele durma sem preocupações.

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IMPORTANTE: O conteúdo desta página não deve substituir as orientações médicas e/ou nutricionias de profissionais da saúde habilitados. 

Referências bibliográficas:

Cholesterol. Nemours KidsHealth, 2022.

Mais de um quarto das crianças e adolescentes brasileiros tem colesterol alto. UFMG, 2023.

Cholesterol. American Heart Association, acesso em setembro de 2023.

Cholesterol, LDL, HDL, and Triglycerides in Children and Teens. University of Rochester, acesso em setembro de 2023.

Cholesterol, LDL, HDL, and Triglycerides in Children and Teens. Stanford Medicine, acesso em setembro de 2023.

LDL, HDL, and Triglycerides. Boston Children Hospital, acesso em setembro de 2023.

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