Entenda os riscos do BPA para a saúde das gestantes e dos bebês
Escondido em garrafas, mamadeiras e comidas enlatadas, o bisfenol A é uma substância presente em alguns tipos de plástico que tem chamado a atenção na última década por conta de seus efeitos negativos à saúde, em especial de gestantes e bebês.
E apesar de existirem níveis seguros de contato com esse material, vale a pena ficar de olho para não se contaminar ou colocar a gravidez em risco. Por isso, vou te contar tudo sobre esse componente químico, o que evitar usar no dia a dia, entre outras dicas:
O que é o bisfenol A?
Também conhecido pela sigla BPA, o bisfenol A é usado desde a década de 1960 para produzir plásticos mais resistentes para o dia a dia das pessoas. Sabe aquela garrafinha de água que levamos para todo canto? Ou o pote que vai guardar as sobras do almoço na geladeira? Esses itens podem levar o BPA sem sequer sabermos.
O grande problema do uso do bisfenol A é que ele pode acabar se soltando aos poucos e, consequentemente, se misturando com os alimentos e bebidas que estavam armazenandos nele. Consumir os resquícios desse plástico é onde mora o problema.
O que ele causa no organismo?
Apesar de boa parte dos estudos sobre os efeitos do BPA serem preliminares, eles apontam que o consumo possa servir como uma alteração nos níveis hormonais, o que compromete a formação do feto e o desenvolvimento de bebês e crianças, por exemplo.
Ele poderia ainda influenciar no comportamento cerebral, aumentar o risco de câncer, causar problemas cardíacos e deixar o corpo mais propenso a condições como diabetes e obesidade.
E o risco é maior entre os bebês, pois uma vez que o plástico do BPA entra no organismo, ele tem mais dificuldade de sair nos primeiros anos de vida, já que o corpo da criança ainda não possui sistemas de defesa tão eficazes quanto os adultos.
Onde ele pode ser encontrado?
A lista de produtos com BPA é longa, e inclui itens embalados em recipientes de plástico, canudos, copos e mamadeiras, chupetas, alimentos enlatados, artigos de higiene pessoal, produtos menstruais, CDs e DVDs, aparelhos eletrônicos domésticos, lentes de óculos, equipamentos esportivos, entre outros.
Mesmo alguns canos de água da tubulação de uma casa podem conter o bisfenol A, para se ter uma ideia. Mas felizmente, a maioria das pessoas está exposta a cerca de apenas 0,2 a 0,5 mg de BPA por dia, o que é considerado um valor seguro pelas organizações de saúde.
Porém, ele se torna mais disponível depois que o plástico passa por um processo de aquecimento, e é esse o risco. Nas garrafinhas de água, por exemplo, é melhor deixá-las longe da exposição ao Sol ou fora do carro. Em mamadeiras e potes de comida, a recomendação é não aquecê-los no micro-ondas, e assim por diante.
Mas como saber se o recipiente tem BPA?
Você pode consultar a origem do plástico do produto que você comprou, ver se possui uma certificação de que o produto é biodegradável e, principalmente, se conta com o selo do Inmetro, que garante que não há bisfenol A na embalagem.
Desde 2011 a venda de mamadeiras e outros produtos para bebês que continham BPA foi proibida no Brasil, mas ainda assim, vale se certificar de que o produto é seguro por meio da presença do selo, que assegura que o produto passou por testes de controle de qualidade. Se você vai fazer enxoval no exterior também é importante ficar atenta.
Como posso substituir o BPA na minha rotina?
Aqui vão algumas dicas para te ajudar a eliminar de uma vez o risco do bisfenol A da sua casa:
1. Marmita consciente
Aqui Tente substituir o recipiente da marmita por uma feita de vidro ou porcelana ou por marmitas de plástico que não contenham BPA Essas são sempre as minhas escolhas, eu acho vidro pouco práticos e difíceis de encaixar no freezer, então uso marmitas de plástico com certificado que podem ir direto do freezer para o micro-ondas.
2. De olho na fórmula
Se você costuma comprar fórmula infantil para seu filho, fique atenta ao rótulo da lata. Muitas antigamente continham BPA, e por mais que a tendência seja diminuir, uma ou outra marca pode passar despercebida. Priorize as que deixam claro que não há a presença do material na embalagem.
3. Rachou, descartou
Se a mamadeira ou copo que a criança ama lascou ou criou uma rachadura, não pense duas vezes antes de jogar fora. Além de poder liberar dejetos plásticos na mistura, essa fenda pode machucar a boca do bebê ou os dedos na hora de segurar.
4. Números importantes
A maioria dos plásticos é classificada dos números de 1 a 7 para saber o tipo utilizado no preparo do recipiente. Basta olhar uma garrafinha de água ou outro produto que você tenha em casa, ele vai estar no centro do símbolo de ciclo de reciclagem.
A dica é evitar o contato com os que tenham os valores 3 e 7, que são os dois mais propensos a terem BPA na fórmula em comparação aos outros cinco.
5. Brinquedos sustentáveis
Não é somente em itens de cozinha ou chupetas que mora o perigo. Antes de dar um brinquedo que contenha plástico ou qualquer outro item que a criança possa levar à boca, veja se não há risco de conter bisfenol A.
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De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
Referências bibliográficas:
Protect your baby from BPA (Bisphenol A). Massachusetts Government, acesso em outubro de 2022.
The Facts About Bisphenol A. WebMD, 2021. https://www.webmd.com/children/bpa
Aleksandra K. et al. Health risk of exposure to Bisphenol A (BPA). Rocz Panstw Zakl Hig, 2015.
Giacomo R. et al. Bisphenol A and Bisphenol S release in milk under household conditions from baby bottles marketed in Italy. J Environ Sci Health B. 2018.