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Superestimulação em bebês: o que é e como evitar?

Entenda os motivos sociais e biológicos por trás do excesso de estímulos nas crianças

Quando seu filho presencia diversas atividades, barulhos e ruídos a qual não está acostumado em sua rotina, ele pode passar por crises de choro e de irritação, ou como os médicos gostam de chamar, por uma superestimulação.

Mas como acalmá-lo nessas situações? E como saber o que está causando essa perturbação? No texto de hoje, vou tirar todas as suas dúvidas sobre essa condição, da origem à prevenção:

O que é a superestimulação em bebês?

A superestimulação acontece quando qualquer criança acaba sendo exposta, de forma excessiva, a situações que envolvem ruídos, barulhos, sensações inusitadas e atividades que estão acima da capacidade que ela está habituada a vivenciar.

São vários os exemplos no dia a dia de um recém-nascido. Quando ele experimenta o mundo exterior pela primeira vez, ou após visitar um restaurante com muitas pessoas conversando ao seu redor, pode se sentir superestimulado.

Ou então quando ocorre o primeiro aniversário dele, que vários adultos querem segurá-lo no colo ou dar um cafuné ou beijo. Essa mega exposição que é muito comum para nós brasileiros pode ser difícil nas primeiras vezes do bebê.

Quer ver outro exemplo clássico? O primeiro dia de aula na pré-escola. Pode parecer um desafio impossível para os pais, já que aquilo foge da rotina das crianças, que se rebatem e recusam a ficar com o professor. Esse é mais um caso de superestimulação infantil, que gera cansaço tanto para os pequenos quanto para os pais.

Por que os bebês ficam superestimulados?

Em primeiro lugar, não dá para desconsiderar o fator social. Se nós, adultos, sentimos ansiedade ou desconforto em situações nas quais não temos controle, imagine para o bebê, que está descobrindo ainda a respeito do mundo em que vive?

Mas além disso, indo pelo lado biológico, a superestimulação ocorre devido à produção em excesso de um hormônio chamado cortisol, que estimula o sistema nervoso simpático, que por sua vez, é a parte do corpo responsável por fazer o cérebro lutar ou fugir caso se depare com um perigo, ameaça ou desconfiança.

Nas pessoas mais velhas, esse hormônio está associado ao estresse, enquanto nos mais novos, acaba sendo extravasado pelo choro ou pela irritação aparente.

O que pode causar superestimulação em bebês?

superestimulação
Imagem: Canva

Muitos são os motivos que podem estar levando o seu filho a ficar superestimulado, mas alguns dos mais comuns costumam incluir:

Ambiente ao redor

Um dos mais recorrentes é o ambiente em que os bebês estão. Seja por conta da iluminação, das cores, dos sons, de pessoas desconhecidas, do uso de aparelhos eletrônicos como TV ou celular, existem diversos causadores da superestimulação, que sobrecarregam o cérebro dos bebês com informação.

Atividades em excesso

Alguns pais colocam os filhos em inúmeras atividades do dia a dia: judô, balé, natação, futebol, dança, teatro, entre outras. E mesmo que as crianças também estejam pedindo em alguns casos por isso, é importante encontrar um equilíbrio para que a rotina não fique sobrecarregada, a ponto de atrapalhar nos estudos ou nas relações sociais.

Afinal, a criança também precisa de um tempo para descansar, para brincar com os amiguinhos, para passear com a família, para fazer as refeições, para tomar banho, entre outras tarefas. Quando a agenda fica sobrecarregada, ela pode se sentir superestimulada.

Quebra na rotina de sono

Principalmente entre os bebês recém-nascidos, desregular os horários de sono pode deixá-lo irritado ou incomodado. Se for realmente necessário mudar a hora de dormir, é importante fazer isso de forma cautelosa, para que ele não sinta essa diferença brusca nos hábitos rotineiros.

Mudanças de temperatura

Outro fator que pode causar a superestimulação em bebês é o frio ou calor repentino. Mudanças de tempo, ligar um aquecedor ou ventilador, entre outras atitudes que influenciam no clima agradável para a criança podem deixá-la desconfortável.

Quais são os sinais de que um bebê está superestimulado?

Os indicativos da superestimulação em crianças podem variar conforme a faixa etária:

Recém-nascidos a dois anos

Nessa idade, os bebês se demonstram mais cansados, irritados e chateados. Eles irão se mover de forma espasmódica, fechar os punhos, agitar braços e pernas, mexer a cabeça, e claro, chorar por vários minutos.

De dois a seis anos

Crianças nessa fase da vida permanecem com o choro ao se sentirem superestimuladas, mas, além disso, há também o lado verbal, em que manifestam o seu descontentamento. Podem ainda se jogar no chão ou se recusar a seguir ordens simples dos pais.

A partir de seis anos

Para crianças que estão em idade escolar, as discussões e revoltas podem se tornar mais frequentes, além de quererem mais atenção que o normal, se mostrarem desajeitadas para pegar objetos e cooperar menos com pedidos de ajuda.

Como evitar a superestimulação em bebês?

A chave para evitar uma superestimulação pode estar no equilíbrio das coisas. Você não precisa expor o seu filho a todas essas situações abruptas que citei, mas coibir as crianças de descobrir o mundo em que vivem também pode ser prejudicial.

Ou seja, tente saber quando algo está indo para o caminho do exagero. Por exemplo, crianças a partir dos dois anos que começam a assistir vídeos pelo celular, precisam de um limite de tempo para não se sobrecarregarem.

Para crianças mais velhas, o diálogo aberto e a negociação são sempre bem-vindos. E para os recém-nascidos, é importante acalmá-lo e levá-lo para ambientes mais tranquilos sempre que possível

Como acalmar bebê que está estimulado?

Ao reparar que seu bebê está sobrecarregado, tente seguir com essas dicas:

Mantenha a calma

Mesmo se seu bebê estiver chorando ou gritando, é importante que você fique calmo. Mostrar raiva ou atitudes de descontrole podem piorar a situação e gerar traumas. Já se você estiver tranquilo, há chances do seu filho notar e se acalmar para seguir o exemplo.

Troque de lugar

Se estiver em um ambiente com muitas pessoas ou barulho, tente ir para um cômodo mais calmo, com menos iluminação e sons que podem estar por trás dessa perturbação no bebê.

Ajude-o a se expressar

Para crianças mais velhas, é importante auxiliá-las a colocarem seus sentimentos pra fora, a desabafar e a criar um vínculo de confiança com a família, para que não se sintam pressionadas por causar uma frustração.

Filtre os afazeres

Leve em consideração o que pode estar sobrecarregando o dia a dia das crianças e remonte a sua agenda para que haja pausas e mais momentos de diversão, evitando que elas se sintam superestimuladas com a rotina que precisam seguir.

E aí, ficou com mais alguma dúvida sobre como lidar com a superestimulação em bebês? No Instagram @demaeemmae_ você confere mais conteúdo sobre esse assunto, e no @gibelarmino_ você encontra mais conteúdos sobre bem-estar da mulher na maternidade, não perca!

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Referências bibliográficas:

Overstimulation: babies and children. Raising Children, Australian Government, 2021.

How to Cope With Your Child’s Sensory Overload. Verywell Family, 2021.

Signs of an Overstimulated Baby (and How to Calm Their System). The Bump, 2021.

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