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Processamento sensorial na infância: o que é?

Descubra como ele pode influenciar na alimentação do bebê

Diariamente, estamos expostos a estímulos das mais variadas formas. As luzes da cidade, os pássaros cantando, as buzinas dos carros, as texturas dos alimentos… tudo faz com que o nosso corpo reaja ao que está ao redor.

Mas para algumas crianças, o processamento sensorial pode não reagir tão bem a esses sons, luzes e sensações. E com isso, muitos pais acabam não sabendo como ajudar o filho, especialmente na hora de se alimentar, já que ele pode acabar recusando comida pelos odores, cores e sabores.

Para ajudar nessa questão, é importante entender como funciona o processamento sensorial na infância e compreender o transtorno que está associado a ele. Hoje, preparei um guia para te ajudar com essas dúvidas:

O que é o processamento sensorial na infância?

O processamento sensorial é como o sistema neurológico reage ao ambiente. Desde pequenos, desenvolvemos o sistema sensorial, que é o conjunto de sentidos como paladar, visão, olfato, tato e audição.

A partir dele, criamos memórias de acordo com os gostos e preferências. Por exemplo, ao receber um abraço maternal, o tato da criança associa àquilo à sensação de conforto e de segurança. Ou ao ouvir uma canção de ninar, a audição relaciona ao relaxamento e memoriza a associação ao sono.

Portanto, o processamento sensorial é um aspecto crítico do bem-estar ao longo da vida e a ponte entre a saúde física e mental. E para a maioria das pessoas, essa capacidade de processar os dados sensoriais, geralmente não requer pensamento consciente ou esforço cognitivo.

Porém, para parte da população, o cérebro pode encontrar dificuldade em receber e responder às informações que chegam através dos sentidos. Essa condição recebe o nome de transtorno de processamento sensorial, ou TPS.

Como saber se meu filho tem transtorno de processamento sensorial (TPS)?

processamento sensorial
Imagem: Canva

Crianças que possuem TPS costumam ser hipersensíveis às coisas ao redor. Sons e luzes podem ser dolorosos e até opressores para eles. Em outros casos, um simples toque ou textura de uma roupa, ou mesmo o aroma de um alimento pode irritá-los.

E essa reação pode soar como algo descoordenado nas primeiras vezes. A criança começa a esbarrar nas coisas, a chorar, a evitar brincadeiras e conversas, a ter medo de outros estímulos, e assim por diante.

Por outro lado, existem também crianças que podem não sentir nada ao receber estímulos, caracterizando também um tipo de transtorno de processamento sensorial diferente, ao não responder nem a calor e frio extremos, por exemplo.

Muitas vezes, o TPS é comum em pessoas no espectro autista. Mas vale destacar que, apesar da relação, não necessariamente todas as crianças com TPS são autistas e vice-versa. Ambos podem ocorrer de maneira isolada.

Para saber se seu filho possui algum tipo de TPS, procure pela ajuda de um pediatra para a realização do diagnóstico mais assertivo possível. Ele poderá sugerir exames clínicos e laboratoriais para identificar como o corpo do bebê está reagindo às sensações e estímulos ambientes.

Como o processamento sensorial pode influenciar na alimentação infantil?

O ato de comer uma refeição é uma experiência sensorial complexa, já que consiste em alimentos com aparências, odores, texturas e sabores variados para o cérebro processar. Por isso, crianças com transtorno de processamento sensorial podem ter dificuldades para se nutrir.

Veja alguns dos principais tipos de influências que o TPS pode causar:

Alimentação exigente

Nesse tipo de transtorno, a criança só consegue comer alimentos de uma pequena lista, sem que exista algum critério. Elas podem conviver com esse tipo de influência até a vida adulta, mas podem mudar de ideia com o passar dos anos.

Inflexibilidade alimentar

Aqui, é mais difícil incluir outros alimentos. Qualquer comida fora da lista de preferências pode causar birras, reações e desespero. Pessoas com esse tipo de TPS podem ter ainda uma incapacidade de experimentar novos alimentos, mesmo quando adultos.

Desnutrição infantil

Em casos mais raros, a criança pode simplesmente não se alimentar. Pode ser por um incômodo nas texturas, nos sabores, nas cores, nos aromas. Independentemente da causa, os pais precisam ficar alertas para que o filho consuma algo que lhe agrade, para garantir energia, vitaminas e minerais importantes para o desenvolvimento infantil.

Particularidades na alimentação

Veja o que crianças com TPS podem se importar na forma como se alimentam:

·    Textura: podem gostar apenas de alimentos macios e em purê. Ou podem gostar apenas de coisas crocantes e mastigáveis.

·    Sabor: podem preferir apenas alimentos doces, como chocolates e balas. Ou apenas salgados, como batatas e salgadinhos.

·    Cheiro: podem preferir alimentos com cheiro mais adocicado ao invés de azedos ou fortes, como queijos e conservas.

·    Aparência: podem gostar mais de alimentos amarelos ou vermelhos e evitar alimentos verdes, como muitas crianças fazem com saladas e legumes.

3 dicas para ajudar os pais a nutrir os filhos com TPS

Alguns cuidados podem favorecer o apetite dos pequenos:

Evite alimentos com corantes

Muitas crianças com transtorno de processamento sensorial se incomodam com alimentos com corantes ou cores vibrantes. Por isso, priorize uma alimentação caseira, sem a presença majoritária de ultraprocessados e com cores mais naturais nos pratos.

Mude a forma de preparo

Alguns alimentos que a criança não gosta podem incomodá-la por algum dos aspectos anteriormente citados. Então, tente prepará-lo de forma diferente. Ao invés de uma batata assada, tente um purê. Ou ao invés de cortar o tomate em rodelas, coloque ele picadinho junto do feijão. Essas mudanças sutis podem ser mais bem aprovadas por quem tem TPS do que obrigá-la a comer esse tipo de alimento da mesma forma.

Refeições em família

Mostre para seu filho que você e o resto da família apoiam uma alimentação saudável. Seja o exemplo à mesa e coma alimentos que ele tem irritabilidade, para que ele se sinta seguro ao ver que não há problema em consumi-los.

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IMPORTANTE: O conteúdo desta página não deve substituir as orientações médicas e/ou nutricionais de profissionais da saúde habilitados. 

Referências bibliográficas:

Sensory Processing Disorder. Children’s Health Guide, WebMD, 2023.

Sensory Processing Issues Explained. Child Mind Institute, 2023.

Understanding Sensory Processing Disorder. Star Institute, acesso em outubro de 2023.

Exploring Sensory Process Disorders Connection to Eating Disorders. Eating Disorder Hope, 2022.

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