Entenda como funciona o título criado pelo Tesouro Direto e voltado à educação de longo prazo

Investir na educação das crianças é algo que muitos pais tentam priorizar no dia a dia, mas que devido às contas e condições financeiras, nem sempre acaba sendo a prioridade que gostariam que fosse.

Mas, recentemente, o Tesouro Direto lançou um novo título público voltado à educação de jovens e crianças, chamado de Educa+, e que pode ser uma saída para famílias que buscam uma valorização no dinheiro reservado para educar os filhos.

Hoje, vou te explicar como ele funciona e também as diferenças em relação a outros títulos de investimento:

O que é o Tesouro Educa+?

O Educa+ é um título de investimento lançado em 2023 pela Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil em parceria com a B3. Ele serve para ajudar no planejamento familiar para quem busca preparar a educação das crianças e capacitá-las para o mercado de trabalho futuramente.

Para isso, esse título possibilita uma renda mensal que poderá ser utilizada no financiamento de uma universidade ou de outras metas educacionais, garantindo ganhos que sejam acima da inflação em comparação aos recursos poupados.

O Tesouro Educa+ é baseado no mesmo ideal do título Tesouro RendA+, voltado à aposentadoria e lançado no começo de 2023. Mas a diferença é que esse novo título cria um fluxo financeiro que é mais favorável para quem busca objetivos voltados à educação.

Como funciona o Educa+?

Nessa modalidade, os pais investem na acumulação de títulos durante um tempo, e quando a criança alcançar uma idade em que seja capaz de iniciar a faculdade ou outro projeto educacional, ela passa a colher os frutos daquele investimento todos os meses durante cinco anos, que é o prazo estipulado para a média dos cursos de graduação no Brasil.

O valor mínimo para começar a investir no Educa+ é de aproximadamente R$30 por mês. Por meio do site do Tesouro Direto, é possível simular quanto é necessário aplicar por mês e quanto o seu filho terá de recursos para educação daqui alguns anos.

Para isso, o simulador questiona os seguintes quesitos:

• A idade atual da criança
• A idade em que ela estará ingressando em uma universidade
• O valor da renda mensal preterida pelos pais para a educação
• O investimento inicial (que não é obrigatório!)

A partir disso, o próprio site possui 16 planos sugeridos de investimento de acordo com as necessidades de cada família e com o perfil baseado nas respostas do simulador.

Uma vez que a projeção foi feita, os pais agora podem iniciar o investimento. Ele pode ser realizado por meio do cadastro no Portal do Investidor ou pelo Home Broker de uma corretora ou banco, em que o Educa+ aparece como opção diretamente na instituição financeira.

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Por que ele compensa mais que outros títulos de investimento?

O que faz com que o Educa+ seja mais indicado pelos economistas do que uma poupança convencional ou que o investimento no Tesouro IPCA+ para os mesmos fins?

No caso da poupança, o problema é que ela não possui rendimento imediato, o que pode acabar defasando o dinheiro em relação à inflação do país. Ou seja, ao invés de ganhar dinheiro, você pode acabar perdendo.

Já no IPCA+, o valor aplicado e os rendimentos voltam em uma única parcela na data do vencimento dela. Mesmo a função semestral, como o nome sugere, faz com que os juros venham em uma parcela a cada seis meses.

Mas no Educa+, o fluxo é garantido em uma renda mensal por 5 anos, o que permite um período de acumulação maior e totalmente planejado. E atualmente, também não há pagamentos de parcelas conforme ocorre o investimento, o que faz ele ser vantajoso para famílias que prezam pela educação a longo prazo.

Aplicação na prática

Vou dar um exemplo para a visualização ficar mais fácil:

Você tem dois filhos: o Rafael, recém-nascido com sete meses, e a Maria, que temcom 6 anos. Imagine que ambos entrarão em uma universidade ao atingirem 18 anos, ou seja, o Rafael ingressaria em 2041 e a Maria em 2035.

Ao realizar o simulado do site do Tesouro Direto, o plano sugerido para o Rafael é o Educa+ 2041. Ao investir um valor médio desde já, quando ele atingir a idade para a faculdade, terá uma renda média para ajudar no financiamento do curso, para pagar a matrícula e até para auxiliar no custo de moradia, de livros e outros materiais.

Se fosse um valor estimado de R$81 mensais, por exemplo, o Rafael teria cerca de R$500 mensais durante os cinco anos de universidade. Já a Maria, teria um plano baseado no Educa+ 2035.

Nesse caso, como ela ingressaria antes do que o Rafael na universidade, ela precisaria de um aporte mensal maior para chegar às mesmas condições de renda, uma vez que o prazo é menor. Por isso, é importante planejar quanto antes os investimentos familiares.

E se você ou seus filhos não possuem qualquer tipo de investimento, lembre-se que não é tarde para começar! Qualquer um pode investir um pouco, seja na educação, na aposentadoria ou em bens próprios, para garantir uma maior estabilidade financeira e qualidade de vida no futuro.

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E se meu filho não quiser entrar na faculdade?

Nunca se sabe o que irá acontecer no futuro. Porém, o Educa+ não é voltado apenas para jovens ingressarem na universidade. Ele pode servir caso seu filho opte por fazer um curso técnico, uma pós-graduação, um intercâmbio para algum país em quer aprender outra língua e até mesmo para servir como renda auxiliar enquanto ele busca por oportunidades de emprego.

Portanto, não é um investimento perdido, mas sim, uma forma de fazer o dinheiro render, independentemente do futuro dos pequenos.

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Referências bibliográficas:

Planeje a educação das pessoas que você mais ama com o Tesouro Educa+. Tesouro Direto, 2023.