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Como dividir o quarto do casal com os filhos?

Como dividir o quarto do casal com os filhos: do compartilhamento da cama à escolha do cobertor, saiba o que priorizar

Quarto de bebê compartilhado com os pais é uma das grandes polêmicas que cercam a maternidade. Será mesmo que dá para dividir o quarto do casal com os filhos? Sabemos que nem toda casa ou apartamento tem espaço o suficiente para acomodar um novo quarto para a chegada do bebê.

Há também casos em que mesmo com um quarto para o recém-nascido, a mãe prefere deixá-lo perto da cama, para não passar a noite tendo que se levantar. Mas por outro lado, isso pode acabar interferindo no sono dos pais, e pode trazer riscos até para a saúde do bebê, dependendo da forma como for conduzido.

Por isso, hoje venho responder as principais dúvidas sobre como dividir o quarto do casal com os filhos da mesma forma que trago todos os conteúdos daqui: com base em evidências científicas e sempre encontrando o caminho do meio, sem exagerar na dose!

Dessa forma, se você está considerando dividir o quarto com o bebê ou até mesmo a cama compartilhada, seja por necessidade ou por opção, o texto abaixo vai te ajudar a fazer isso e garantir segurança e uma noite de sono confortável para os pequenos!

Quarto de bebê compartilhado com os pais: é recomendado?


Antes de mais nada, vamos resolver a principal dúvida: tem problema se o recém-nascido dormir no mesmo quarto que os pais? E eu garanto que a resposta é bem simples: não tem problema algum!

Na verdade, algumas entidades, inclusive, apoiam a prática para evitar o risco de mortalidade entre os bebês! Isso porque o ambiente é mais seguro para que os pequenos não fiquem sufocados, além de estarem sendo supervisionados de pertinho.

Porém, o que a gente precisa ficar de olho não é, necessariamente, no ambiente compartilhado, mas sim, em usar a mesma cama, daí a questão é um pouco mais complexa…

Posso fazer cama compartilhada?


A sugestão aqui é ter ao lado da cama um berço ou um co-sleeper (imagem abaixo), que é aquela mobília que pode ser acoplada na cama do casal, para que a cama compartilhada seja feita com segurança. Caso você não tenha nenhuma dessas peças, a dica que te dou é evitar o compartilhamento da cama de casal até certa idade.

cama compartilhada
Imagem: Canva

O motivo é que os pais, se estiverem dormindo pesado, podem rolar acidentalmente em cima do bebê, causando lesões ou até mesmo sufocamento. E não só isso: o uso de roupa de cama macia, como travesseiros, cobertores e edredom pode também levar à asfixia noturna.

De acordo com a Associação Americana de Pediatria, a cama compartilhada deve ser opção apenas em último caso e somente para bebês acima de quatro meses de idade.

Outro fator para se levar em conta: se a mãe ou o pai for fumante, o risco de o bebê desenvolver doenças como asma ou bronquite é maior quando há um compartilhamento de cama, já que a fumaça do cigarro pode impregnar roupas e lençóis.

Como dividir o quarto do casal com os filhos: 3 dicas para dormir em segurança com o bebê


Para adaptar o quarto do casal com a chegada do neném, vale a pena seguir alguns dos cuidados que irão garantir mais segurança e conforto:

Nada de sofá

Móveis como poltronas, namoradeiras e sofás são contra indicados pelos especialistas para o sono do bebê, devido ao risco de asfixia ou aprisionamento involuntário. Priorize sempre colocar o pequeno em um berço.

Cuidado com a roupa de cama

Lençóis, cobertores e travesseiros muito macios ou peludos podem sufocar o bebê durante a noite. Escolha peças menores e com menos pelos para o seu dia a dia.

Posição ideal

Dormiu enquanto amamentava o seu bebê? Calma, vou te ajudar! A melhor coisa a se fazer é mudar a posição dele, deixando-o de costas e em uma superfície de dormir separada, logo após acordar.

Com qual idade é melhor separar os quartos?

como dividir o quarto do casal com os filhos
Imagem: Acervo pessoal

Não existe uma idade certa para que as crianças passem a dormir sozinhas em seu quarto. Cabe aos pais decidirem o momento mais apropriado para que os filhos possam assumir esse lado independente.

Aqui em casa, nós tínhamos como dividir o quarto do casal com os filhos, havia espaço, mas tanto o Gustavo quanto o Murilo foram para o quartinho deles com 1 mês. Ficaram comigo no meu quarto durante esse primeiro mês mais por conta da minha recuperação da cesárea, para não precisar caminhar e levantar muito para atender às mamadas noturnas, mas com um mês já foram para o quartinho.

Eu, pessoalmente, acho que é até melhor para o sono deles, deixá-los no próprio quarto, por um motivo muito simples (e que você que é mãe vai entender!): quando a gente ouve o bebê fazer qualquer barulhinho, a gente corre para ver o que é. Mesmo se ele só respirou mais fundo, ou deu uma resmungadinha.

E nessa nossa movimentação de verificar se está tudo bem com ele, acabamos acordando-os. Com eles no próprio quartinho, eu deixava a babá eletrônica ligada o tempo todo, claro. A minha babá eletrônica captava imagem e som. E claro que eu acordava a cada respiração mais alta deles, mas eu observava pela babá e, se percebesse que eles só estavam se ajeitando, eu ficava quietinha. Agora, se os via acordados e chorando, ia lá dar colo e o que eles precisassem até que pudessem dormir de novo.

NA MINHA REALIDADE essa separação foi importante e trouxe muita autonomia para eles inclusive aprenderem a dormir sozinhos durante a noite.

Entendo que a questão do quarto compartilhado é, em muitos casos, uma escolha e que o que funciona no meu modelo parental pode não ser o que funciona para você. Por isso, nesse texto, quis trazer todos os ângulos, para que você tome a decisão que funcione melhor para o seu contexto.

Agora se você não tem como dividir o quarto do casal com os filhos ou caso opte por manter os quartos separados, vou listar algumas dicas que podem ajudar,  principalmente se a criança tem medo de dormir sozinha ou receio de ficar longe dos pais:

quarto de bebê compartilhado com os pais
Imagem: Canva

Crie uma rotina

Conte uma história antes de dormir, dê um pouco de leite, faça uma oração com seu filho… existem diversas formas de criar um hábito para que o pequeno se sinta encorajado a tentar dormir no próprio quarto.

Confira aqui o método de rotina que eu utilizei com meus dois filhos

Ambiente apropriado

Cores amenas, lençóis confortáveis e uma luz lateral podem fazer a diferença para que o pequeno se sinta mais seguro no quarto. Pergunte para ele as preferências de cores e decoração, isso pode ajudar na hora de ele tomar gosto pelo quarto.

Saiba mais sobre como regular o sono do bebê 

Horários regulares

É importante também que os pais façam uma rotina de horário com os filhos. Ter hora para acordar e para deitar-se ajuda no ciclo circadiano da criança. Além disso, faça as refeições com, pelo menos, três horas de antecedência do momento do sono, para não estofar a barriga ou causar enjoo.

Longe das telas

Tablets, celulares e televisão são alguns dos maiores inimigos da noite de sono tranquila. Restrinja o acesso às tecnologias apenas durante o período diurno. Aqui no De Mãe em Mãe tem um conteúdo essencial sobre como lidar com a questão das telas para crianças. Clique aqui para conferir!

Brinque durante o dia

Por fim, faça a criança gastar energia ao longo da manhã, para que durante a noite, ela se sinta confortável para descansar e se recarregar.

E lá no meu Instagram @gibelarmino_, eu também te ensino mais dicas para ajudar os bebês a pegarem no sono.

De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências bibliográficas:

Douglas M. et al. Sleep Duration and Kindergarten Adjustment. Pediatrics, 2022.

Rachel Y. et al. Evidence Base for 2022 Updated Recommendations for a Safe Infant Sleeping Environment to Reduce the Risk of Sleep-Related Infant Deaths. Pediatrics, 2022.

Alexa F. et al. How Blue Light Affects Kids’ Sleep. Sleep Foundation, 2022.

Claire M. Room sharing with your baby may help prevent SIDS, but it means everyone gets less sleep. Harvard Health Publishing, 2020.

Ian M. et al. Mother-Infant Room-Sharing and Sleep Outcomes in the INSIGHT Study. Pediatrics, 2017.

About 3,500 babies in the US are lost to sleep-related deaths each year. CDC, 2018.

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