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Bebê pode comer queijo? Qual? Quanto?

Veja o que oferecer e o que evitar deste grupo alimentos aos pequenos

Afinal de contas, o bebê pode comer queijo? Essa é uma dúvida comum entre os pais que iniciam a introdução alimentar por volta dos seis meses dos filhos, e que até hoje, gera discussões a respeito do que é certo e o que é errado.

De um lado, estão os que defendem que o alimento é seguro, contanto que seja oferecido da forma certa. Do outro, há aqueles que preferem evitar o ingrediente até que a criança alcance uma idade mais madura.

Mas para saber o que é melhor fazer no seu caso, e qual a recomendação nutricional, eu preparei um guia com todas as dúvidas acerca de queijo para bebês. Confira:

Bebê pode comer queijo?

A resposta direta é que sim, o bebê pode comer queijo. Porém, o que deve ser levado em conta pelos pais é o tipo de queijo, a quantidade e o mês em que ele pode começar a ser oferecido.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua diretriz de introdução alimentar em 2023, e nessa nova diretriz, o órgão considera evidências que afirmam que, salvo em casos de Alergia à Proteína do Leite de Vaca, apresentar derivados do leite desde o início da introdução alimentar aproveita a janela imunológica que inclusive previne o surgimento de alergia alimentar. 

No entanto, é importante ter cuidado com essa recomendação. Primeiro porque a diretriz é clara que, em casos de aleitamento materno, a fonte principal de leite na alimentação da criança deve ser leite materno. Dessa forma, a introdução aqui seria de derivados do leite, e aí é importante considerar que muitos derivados de leite, como queijos, compostos lácteos, possuem adição de sal, açúcar, corantes, esses, sim, prejudiciais à saúde do bebê nessa fase. 

Por isso, mesmo sendo permitido oferecer queijo ao bebê na introdução alimentar, o ideal é optar por tipos mais leves e com baixas quantidades de sódio, conservantes e gorduras.

Quando o bebê pode comer queijo?

De acordo com a diretriz da OMS e especialistas em nutrição infantil, o bebê pode comer queijo a partir do início da introdução alimentar do bebê, a partir dos 6 meses, mas com cautela e em pouca quantidade.

Já a Academia Americana de Nutrição defende que o alimento seja oferecido apenas a partir dos oito ou nove meses de vida. A razão é que no início, os bebês deveriam consumir refeições em forma de purê e mais macias. Mas depois de dois meses, alimentos mais texturizados, como os queijos, podem ser incluídos, sejam ralados ou em cubinhos.

Qual o melhor queijo para bebê?

Para saber se um queijo é ou não indicado para o seu bebê, priorize e atentar ao rótulo do produto, para ver se é um queijo pasteurizado, se possui baixo teor de sódio (menos de 100mg por porção) e se foi feito com leite integral. Veja a seguir algumas opções:

Mussarela fresca

Esse queijo costuma ser encontrado em formato de bolinhas no supermercado. Com uma tonalidade mais voltada ao branco, ele possui uma textura mais leve e uma quantidade baixa de sódio. Cuidado apenas para não confundir com a muçarela convencional, que é aquela amarela vendida na maioria dos mercados, e que possui mais teor de sódio e gorduras.

Ricota

Também é uma opção mais palatável para o bebê, embora alguns especialistas defendam que esse alimento não seja um queijo propriamente dito. Ainda assim, ele é ideal para os primeiros meses do bebê que está recebendo uma introdução alimentar segura, pois possui menos sódio e pode ser adicionado a patês e recheios.

A lista pode incluir ainda:

·         Cottage

·         Mascarpone

·         Queijo de cabra light e não curado

·         Minas frescal

·         Cream cheese

·         Outros queijos brancos com baixo teor de sódio

E qual queijo para bebê é melhor evitar?

Assim como existem recomendações de queijos mais favoráveis para os pais darem aos seus filhos, existem aqueles que é melhor evitar assim que possível. A maioria deles é devido à presença de fungos ou processos que podem comprometer a saúde do bebê, ou ainda o excesso de nutrientes que podem gerar problemas de saúde, como sódio e gorduras:

Queijos curados

São queijos que possuem casca e passam por um processo que os deixam mais secos e ácidos no sabor. A lista inclui queijos como parmesão, queijo da canastra, grana padano, emmental, provolone, montanhês, gouda, gruyére e parmigiano. Há ainda tipos de queijo curados que possuem o miolo mais cremoso, mas que também não são indicados para a alimentação do bebê, como o queijo brie e o camembert.

Queijos azuis

Já esse tipo de queijo é famoso pelas manchinhas que variam do verde ao azulado na sua composição, graças à ação de fungos comestíveis. É o caso da gorgonzola e do roquefort. Os bebês não podem consumi-los, pois, a microbiota intestinal ainda está em fase de desenvolvimento, e pode não reagir bem à presença desses alimentos, além da alta quantidade de sódio presente neles.

Queijos amarelos-escuros

Completando a lista, queijos com uma coloração amarela muito intensa podem conter mais corantes e gorduras do que outras opções. Por isso, tente riscar da lista a muçarela, o cheddar, o suíço, o queijo prato, entre outros similares.

Evite também esses queijos que costumam ser associados à alimentação infantil:

·         Requeijão e similares

·         Queijo tipo petit suisse, similar a iogurte

·         Queijo processado UHT, fundido e embalado em formato quadrado

Quais os benefícios do queijo para bebês?

Muitos pais devem estar se perguntando: por que oferecer queijo para os filhos se as opções são restritas? Os principais benefícios da oferta de queijos desde o início da introdução alimentar são a possibilidade de apresentar mais esses sabores ao bebê, e adaptar o paladar dele a maior variedade possível de alimentos, o maior objetivo da introdução alimentar, e também aproveitar a janela imunológica e prevenir o desenvolvimento de alergias alimentares.

E quais os riscos?

A principal questão está na intoxicação alimentar por bactérias, vírus e parasitas, uma vez que a microbiota infantil e o sistema imunológico não estão totalmente desenvolvidos para proteger o organismo desses invasores.

Mas eles costumam estar presentes em queijos não pasteurizados. Por isso é importante ver nos rótulos se o queijo passou por esse processo, que consiste em passar por um processo térmico que extermina esses micro-organismos, não colocando em risco a saúde da criança.

Outro fator importante é que o queijo, por ser um derivado do leite, possui altas quantidades de cálcio. Em excesso, essa alta quantidade de cálcio pode atrapalhar a absorção de ferro pelos bebês e também causar alguma sobrecarga renal. Por isso, evite incluir queijo nas refeições principais (almoço e jantar), dando preferência para os lanches, e sempre em pequenas quantidades. 

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IMPORTANTE: O conteúdo desta página não deve substituir as orientações médicas e/ou nutricionais de profissionais da saúde habilitados. 

Referências bibliográficas:

Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos. Ministério da Saúde, 2021.

When Can a Baby Have Cheese? WebMD, 2023.

Introducing Cheese to Your Baby. What to Expect, 2021.

Cheese. Solid Starts, acesso em março de 2024.

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