Técnica pode trazer benefícios, mas é preciso estar de olho nos riscos e na forma de preparo
Desde a antiguidade, os pais costumam enrolar um pano, manto ou cobertor ao redor dos filhos recém-nascidos, para protegê-los e, principalmente, ajudá-los a pegar no sono. Essa técnica ganhou o nome de charutinho para bebê aqui no Brasil, mas até os dias atuais, ela gera dúvidas devido à sua eficácia e segurança.
Por exemplo, será que tem problema deixar a criança enrolada por tanto tempo sem conseguir se mexer? Existem riscos à saúde? Hoje, vou responder as principais dúvidas dos pais a respeito da técnica, incluindo os seus prós e contras:
O que é o charutinho para bebê?
O charutinho para bebê é uma técnica que consiste em enfaixar o bebê suavemente com auxílio de uma manta ou cobertor, deixando os membros imobilizados e apenas o espaço da cabeça exposto.
A ideia é que esse tipo de enfaixamento ajude o seu filho a se sentir mais confortável e seguro, assim como ele se sentia no útero. E, de fato, a técnica pode ser eficaz para melhorar o bem-estar da criança.
Algumas pesquisas comprovam que o charutinho, quando feito de forma suave e propícia ao tamanho do bebê, juntamente de ruído branco e movimento, pode acalmar os bebês durante uma crise de choro e auxiliá-los a pegar no sono mais profundo.
Há também indícios que recém-nascidos que são enrolados desde cedo tendem a desenvolver melhor o sistema neuromuscular, além de sentirem um maior alívio da dor e do desconforto causado por cólicas.
Quanto tempo o bebê pode ficar no charutinho?
Não existe uma regra para o tempo para manter o charutinho para bebê. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomenda que os pais mantenham os recém-nascidos enrolados por 12 a 20 horas por dia durante as primeiras semanas após o nascimento.
Mas a quantidade de horas pode variar, dependendo do comportamento do bebê e da rotina dos pais. Porém, o que é consenso entre as associações médicas é até qual momento manter a técnica do charutinho nos bebês.
O ideal é começar desde os primeiros dias e manter até meados dos dois meses de vida. Isso porque, a partir dessa idade, o pequeno começa a demonstrar alguns sinais de que está se incomodando com o enfaixamento. Avalie esses sinais:
· Ato de rolar com maior frequência, a ponto de não ficar ajeitado na manta;
· Suor frequente devido ao enfaixamento, com cabelo úmido
· Bochechas mais coradas
· Respiração mais rápida e ofegante
É seguro o bebê dormir no charutinho?
Por mais que existam os benefícios que citei anteriormente, há também alguns riscos que precisam ser comentados acerca do charutinho para bebês:
Menor vínculo maternal
O primeiro deles está na amamentação, uma vez que recém-nascidos que irão fazer o aleitamento materno enquanto estão enfaixados perdem o contato pele a pele com a mãe, diminuindo o vínculo entre mãe e filho.
Dificuldade de acordar
Há ainda a questão do sono. Enrolar o bebê pode diminuir a excitação do bebê, fazendo com que seja mais difícil para ele acordar ao longo do dia, atrapalhando no ciclo circadiano e na rotina de amamentação.
Síndrome de morte súbita do lactente
Por último, mas não menos importante, o bebê que estiver dormindo no charutinho pode acabar se soltando do enfaixamento e, caso os pais não estejam atentos, isso pode levar à síndrome de morte subida do lactente (SIDS), devido ao sufocamento ou asfixia com o pano que está envolvendo a criança.
Como fazer charutinho seguro?
Para evitar os riscos, é possível seguir um passo a passo e fazer um charutinho seguro para o seu bebê:
De olho na manta
Escolha um tecido que seja leve e fino para enfaixar o pequeno. Opte ainda por materiais antialérgicos e que deixem a pele respirar por conta do calor acumulado, como algodão e tecidos inteligentes.
Siga essa ordem
1. Na hora de embrulhar, estenda o cobertor com uma das pontas dobradas para baixo.
2. Deite o bebê de bruços no tecido, com a cabeça acima da ponta dobrada.
3. Estique o braço esquerdo do bebê e enrole o canto esquerdo da manta sobre o corpo dele, colocando-o entre o braço direito e o lado direito do corpo.
4. Na sequência, dobre o braço direito para baixo e dobre o canto direito do cobertor sobre o corpo e sob o lado esquerdo.
5. Por fim, dobre a parte inferior do cobertor de forma frouxa e coloque-o sob um dos lados do bebê, de sua preferência.
Atenção ao espaço
Depois do embrulho, veja se os quadris do bebê estão conseguindo se mexer, ou seja, certifique-se de que ele não está apertado demais. Para isso, coloque dois a três dedos entre o peito do bebê e o enfaixamento. Se estiver apertado para essa distância, quer dizer que o quadril está imobilizado, e é melhor refazer o charutinho.
Cuidado com o calor
Caso o dia esteja muito quente ou seu bebê estiver com febre, evite fazer o charutinho, pois pode superaquecer o corpo dele.
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IMPORTANTE: O conteúdo desta página não deve substituir as orientações médicas e/ou nutricionais de profissionais da saúde habilitados.
Referências bibliográficas:
Swaddling a baby: the benefits, risks and seven safety tips. NCT, acesso em novembro de 2023.
Swaddling: Is it Safe for Your Baby? Healthy Children, 2022.
The Right Way To Wrap. St. Louis Hospital, acesso em novembro de 2023.