Ícone do site De Mãe em Mãe

Mitos e verdades da alimentação na gestação

alimentação na gestação

A alimentação na gestação é mais simples do que imaginamos, mas é cercada de mitos e dúvidas. No vídeo de hoje esclareço todos os mitos e te explico como ter uma alimentação saudável para uma gestação tranquila!

Mas, apesar das necessidades nutricionais de gestantes serem diferentes das de uma mulher não grávida, essas diferenças NÃO são tão altas a ponto de se justificarem grandes modificações no cardápio.

Esse é um mito bastante comum durante a gestação, mas não é o único! Por isso, agora vou esclarecer outros mitos relacionados à alimentação na gestação!

Mitos e verdades da alimentação na gestação

Grávida não pode comer salada crua 

Mito. O maior problema relacionado à ingestão de salada crua é o risco de infecção por toxoplasmose. Aproximadamente 54% das gestantes são suscetíveis a esta doença (têm IgG e IgM negativos). A toxoplasmose é uma doença parasitária, geralmente assintomática e, quando contraída durante a gestação, pode levar problemas sérios no bebê e até mesmo abortos. 

As formas de transmissão incluem contato com as fezes de gatos infectados, ingestão de vegetais e carnes contaminados. Portanto, as grávidas que não são imunes à toxoplasmose devem evitar vegetais crus em restaurantes e locais em que ela não consegue ter certeza de que foram devidamente higienizados

Em casa quando bem higienizados (usando solução de hipoclorito) podem e devem ser consumidos.

Grávida não deve comer carne crua

Verdade. Como expliquei, a carne crua deve ser evitada por gestantes não imunes à toxoplasmose. Elas não devem ingerir carne crua ou mal cozida. Nada de comer aquele churrasquinho com carne sangrando no meio, é perigoso.

Grávida não pode comer comida japonesa

Mito. Muitas grávidas que têm suscetibilidade à toxoplasmose não comem peixe cru. Porém, o peixe não faz parte do ciclo reprodutivo do parasita que causa a doença. Assim, do ponto de vista científico, não há razões para proibir seu consumo na gravidez. Entretanto, por se tratar de uma comida crua, é importante tomar cuidado higiênico/sanitário, como: escolher um restaurante de boa procedência e pedir sempre a “la carte”, evitando consumir comida japonesa exposta em self-services.

Essa é uma recomendação que ainda difere entre os médicos, então é importante verificar qual é a conduta que o seu obstetra adota com relação a este assunto!

Grávida não pode consumir queijos

Verdadeiro, em parte. Queijos moles como brie, camembert e feta devem ser evitados na gestação. Esses tipos de queijo, que não são pasteurizados, podem ser meio para o desenvolvimento da bactéria Listeria oferecendo risco de infecção gastrointestinal intensa, atingindo o sistema imunológico e podendo levar ao aborto ou ao nascimento prematuro do feto. 

É indicado o consumo apenas de queijos brancos duros, curados e pasteurizados.

Grávidas não podem praticar atividade física

Mito. Se você já praticava atividade física antes da gestação, não tem uma gestação de risco e tem autorização do seu médico, continuar praticando não só é permitido como é recomendado! Converse com o seu treinador ou a pessoa que conduz sua atividade física para adaptá-la ao seu momento e siga firme!

Saiba mais: Como organizar a rotina de casa no pré-parto para garantir um pós-parto tranquilo

Suplementação durante a gestação

Imagem: Canva

Agora vamos falar sobre suplementação durante a gestação. Se lá no preparo o único nutriente importante e que precisava de suplementação no período pré-gestacional era o ácido fólico, aqui durante a gestação os micronutrientes de maior atenção são Vitamina D, ácido fólico, ferro e vitamina B12. 

● Vitamina D – regula o cálcio e o fosfato, essenciais para o desenvolvimento dos ossos e dentes do bebê;

● Folato/ácido fólico – ajuda a prevenir defeitos do tubo neural e é recomendado até a 12ª semana de gestação;

● Ferro – um suprimento saudável é necessário para suportar o aumento do volume sangüíneo e reduzir o risco de anemia por deficiência do nutriente;

● Vitamina B12 – ajuda o corpo a processar o ácido fólico e está envolvido na liberação de energia dos alimentos e na produção de glóbulos vermelhos.

Com a suplementação de polivitamínico é possível garantir que essa gestante esteja ingerindo a quantidade necessária desses nutrientes, que são essenciais para a formação do bebê, independente da alimentação. 

Entretanto, se você está bem acompanhada nutricionalmente, pode individualizar essa suplementação. 

Outro nutriente importantíssimo para a gestação é o DHA. 

DHA é uma gordura da família ômega-3 que é essencial na formação do sistema neurológico do bebê. A principal fonte alimentar desse nutriente são peixes e frutos do mar. A suplementação de DHA nesse caso é recomendada por dois motivos: 1- a população brasileira não tem hábito de consumir peixes e frutos do mar diariamente em quantidades suficientes para atingir a necessidade desse nutriente para a fase da gestação. 2- Como a necessidade na gestação é alta, o consumo de peixes e frutos do mar em grande quantidade esbarra no risco de contaminação por mercúrio. Por isso, é recomendada a suplementação de DHA proveniente de algas durante a gestação e a amamentação. 

Alguns polivitamínicos destinados à gestantes já contém DHA na composição então converse com seu obstetra e com a nutricionista que te acompanha sobre qual o melhor suplemento para você. 

Dicas para aliviar o enjoo na gravidez

Imagem: Canva

O enjoo é um dos principais sintomas da gestação. A ocorrência de náuseas e vômitos até a 14ª semana, chamada cientificamente de emese gravídica, é considerada normal pelos especialistas. 

Se você está sofrendo com esse sintoma, aqui vão algumas dicas para te ajudar: 

Quando os enjoos não são normais? 

Imagem: Canva

Como eu falei, geralmente espera-se que os enjoos desapareçam após a 14ª semana de gestação. Porém, se as náuseas e os vômitos persistirem e estiverem associados à perda de peso, desidratação, entre outros sintomas, pode ser o caso de uma hiperêmese gravídica, que costuma cessar por volta da 20ª semana. Em algumas situações, porém, o quadro pode persistir até o parto.

Estudos indicam que uma em cada 50 mulheres pode desenvolver a doença. Sem tratamento adequado, a doença pode trazer complicações mais sérias, por isso é muito importante acompanhar de perto o problema com o médico durante as consultas do pré-natal.

A gestante deve procurar o médico quando os enjoos e vômitos não passarem e estiverem prejudicando o dia a dia. O profissional de saúde fará a análise clínica e poderá pedir alguns exames, inclusive para descartar a presença de outras doenças.

Referências

Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira na orientação alimentar de gestantes. 2021.

Dias MCG, Catalani La, Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Terapia Nutricional na Gestação. Projeto Diretrizes, 2011.

Sair da versão mobile