Método ajuda na comunicação básica entre pais e filhos
Quem nunca se comunicou por meio de gestos para expressar um sentimento? O uso das mãos, pés ou mesmo caretas podem sinalizar se estamos com fome, com sono, desconfortáveis, entre outras situações. E isso não é diferente entre as crianças, afinal, você sabia que é possível usar a linguagem de sinais para se comunicar com seu bebê, por exemplo?
Vou te ensinar como fazer isso passo a passo, para que você se comunique com o pequeno de forma simples e efetiva, indo muito além dos choros e macetes para entender o que ele quer:
O que é a linguagem de sinais para bebês?
Bom, vamos começar entendendo do que se trata a linguagem de sinais para bebês. Assim como a criança pode aprender a falar português ou sua língua materna, ela também é capaz de se comunicar pelos gestos, sendo ainda mais comum caso tenha desenvolvido a fala.
Esses gestos têm como base sistemas de linguagem universais, usados para se comunicar, por exemplo, com pessoas com deficiência auditiva. É o caso da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) no Brasil e da ASL (American Sign Language) nos Estados Unidos.
Mas isso não quer dizer que a linguagem de sinais dos bebês seja completamente igual a elas. Você pode usar um sistema que misture as duas, ou use apenas referências de uma, e isso varia de acordo com o ensino de cada um.
No dia a dia, já usamos alguns dos gestos na comunicação com os pequenos. Quer ver só alguns exemplos? Quando você pede para ele dar um tchau para alguém, ele costuma acenar com a mão? Ou na hora do almoço, já movimentou a mão em direção à boca? São sinais corriqueiros que todo mundo conhece, e que acabam fazendo parte desse idioma infantil.
Por que usar a linguagem de sinais para bebês?
Até os seis meses de idade, o bebê ainda não é capaz de criar memórias tão duradouras do que aprende, e por isso, os gestos são indicados a partir dessa faixa etária. Com isso, muita gente pergunta se é mesmo necessário ensinar esses gestos, e por isso, acho importante listar alguns dos benefícios.
A começar pela maior capacidade de compreensão de ambas as partes. Faz parte do processo maternal e paternal que os filhos demonstrem um vínculo afetivo, e esse tipo de comunicação é um primeiro passo para que ele se apegue à família.
Ao mesmo tempo, o bebê entenderá os gestos como forma de saciar necessidades que antes não conseguia apontar, como fome, sono, vontade de ir ao banheiro, entre outros. Assim você não precisa ficar tentando interpretar o choro do bebê com tanta frequência. Além disso, existem estudos científicos que defendem que a comunicação visual permite um maior desenvolvimento cognitivo na infância, colaborando até mesmo para um maior QI com o passar dos meses.
Bebês que utilizam a linguagem de sinais também são menos frustrados e irritados, prevenindo episódios de estresse. Por fim, é ainda uma forma de mostrar confiança e autonomia desde cedo.
E antes que você se preocupe caso ache que ela vai substituir a fala, pode ficar tranquila. Já foi comprovado cientificamente que é apenas uma maneira de se comunicar com os pequenos, e que os bebês que a aprendem tendem a se mostrar interessados em emitir sons vocais mais cedo do que os outros.
Como usar a linguagem no dia a dia?
Uma vez que seu filho atingiu a idade necessária para aprender a se comunicar pelos gestos, você pode começar a aplicá-los em pequenas situações da sua rotina de cuidados. Os mais comuns costumam incluir necessidades diárias, e variam de lar para lar.
Vou citar os principais exemplos, seguindo tabelas da LIBRAS, da ASL e de cartilhas especializadas:
Sim
Se o bebê quer concordar com alguma coisa, a forma de ensiná-lo a dizer sim é como se ele estivesse batendo em uma porta invisível, com o punho fechado e dando leves soquinhos.
Não
A forma contrária do sim é o mesmo gesto que utilizamos no dia a dia para dizer não, ou seja, é o dedo indicador em riste, indo de um lado para o outro.
Sede
Para mostrar que quer água, o bebê pode fazer um sinal com o formato da letra C com uma das mãos, levando em direção à boca, como se estivesse segurando uma mamadeira ou um copo. Também pode ser feito de outra forma: use o dedo indicador na boca e desça-o até o peito, como se indicasse o gesto para engolir algo.
Fome
No Brasil, o gesto que remete à hora de papar lembra o de “se aproximar”, com um aceno dos dedos em direção à boca. Nos Estados Unidos, é usado um gesto que leva a palma da mão do queixo até o peito para indicar que está com fome. É comum ainda apontar para a barriga, para mostrar que ela está roncando.
Mamãe
Para indicar que o bebê quer a mãe, o gesto usado na linguagem de sinais costuma ser o polegar secando uma lágrima aqui no Brasil. Pela ASL, é a palma da mão aberta com o dedo polegar próximo ao nariz, enquanto os outros dedos ficam apontados para cima.
Papai
Agora se a criança está em busca do pai, ela pode colocar a mesma palma da mão usada para chamar a mãe, só que mais acima, em direção à testa ou à têmpora. No Brasil, também é comum coçar o queixo como se fosse um cavanhaque ou barba.
Cachorro
Se o lar tem algum tipo de cão ou pet, o sinal para o bebê apontar que quer brincar com esse animal de estimação é dar uma batidinha lateral na perna, como se estivesse chamando o cachorro para se divertir.
Banho
Para indicar que é hora do banho, você pode ensinar o bebê a usar os dois polegares para cima, como se estivesse dando dóis sinais de joinha ao mesmo tempo.
Banheiro
Se o bebê estiver com vontade de usar o banheiro, o sinal usado pela ASL é a mão fechada com o dedo polegar por trás do indicador. Em libras, bata com o indicador e o dedo mindinho no seu braço, como mostro abaixo:
Sono
Para o bebê mostrar que está ficando com sono, ou para os pais dizerem que é hora de dormir, é comum no Brasil fazermos aquele gesto de travesseiro, com as duas mãos fechadas próximas à orelha. Nos EUA, uma maneira de indicar isso é colocando a palma da mão rente ao rosto e acenando por fora dela, com os olhos fechados.
Frio e Calor
No caso do frio, o sinal clássico de fechar as mãos ou cruzar os braços e sacudir os ombros funciona bem. Para demonstrar que está com calor, abanar o rosto é a forma mais convencional.
E aí, conseguiu aprender a maioria ou ficou com alguma dúvida? Manda para mim que eu te ajudo a descobrir esses e outros gestos que você pode usar para se comunicar com o bebê.
E me segue também no instagram @gibelarmino_ para aprender mais sinais!
De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
Referências bibliográficas:
Gwen D. Baby sign language: A guide for the science-minded parent. Parenting Science, 2022.
Rain B. Sign-language exposure impacts infants as young as 5 months old. Rochester Institute of Technology, 2021.
Baby Sign Language, 2021.