O momento de decidir em qual escola é melhor matricular seu filho nem sempre é fácil. Afinal, há muitas variáveis nesse processo, desde a localização até o preço. Se você precisa mas não sabe como escolher a escola infantil, entenda que existem fatores que irão falar mais alto com o passar do tempo e que, muitas vezes, a gente acaba nem se atentando na hora de tomar a decisão.
Já fiz um post contando os itens que acho essenciais observar na escolha do berçário do bebê e sempre que eu comento no Instagram sobre a escolha da escola dos meninos, que, além do currículo escolar tem um sistema de inteligência emocional, recebo perguntas sobre qual é a escola e como eu elenquei as prioridades para chegar nessa escolha.
Por uma questão de segurança, não divulgo a escola onde meus filhos estudam, mas separei 10 dicas que certamente vão te ajudar nessa decisão, para que você consiga listar o que não pode faltar na hora de perguntar aos diretores antes de efetuar a matrícula.
Veja a seguir:
Como escolher a escola infantil: 10 dicas
Da alimentação ao preço, saiba o que é preciso se atentar!
1. A criança em primeiro lugar
Antes de definir se para você ou seu cônjuge aquela é a melhor escola, veja o que a criança vai achar. Leve-a para visitar a escola com vocês, perceba se ela está se sentindo confortável mais com uma opção do que com a outra ou se apenas é medo do desconhecido em alguns casos.
Repare também se a escola oferece uma estrutura para as aptidões do seu filho. Por exemplo, se ele gosta de pintar, o local tem aulas de arte? Se ele prefere correr e jogar bola, tem área externa? Caso não saiba identificar esses comportamentos, recorra à ajuda pedagógica durante o processo.
Quando matriculei o Gustavo na escola atual, estava grávida do Muri e o Gu até então só tinha estudado em escola pequena, familiar. O colégio atual é enorme, de estrutura, número de alunos, funcionários, outra realidade. Então levei-o comigo e ver o quanto ele ficou empolgado dentro da escola, mesmo com toda a timidez e cautela próprios do Gu, me deixou tranquila com a escolha. Pesou muito sentir confiança em como os funcionários da escola, inclusive, lidariam com esse jeito introspectivo do Gu.
2. Confira o método de ensino
Nos tempos atuais, esqueça aquele método conservador de ficar apenas em livros e apostilas. Busque por locais em que o ensino alterne a leitura com atividades lúdicas e enriquecedoras para os pequenos.
Pergunte também sobre a metodologia de ensino da instituição, é sempre bom que os pais estejam atentos ao que a escola ensina aos seus filhos, até mesmo para auxiliar posteriormente com os deveres de casa e para acompanhar o seu desenvolvimento.
Entretanto, muito além de só procurar escolas que batem recorde em alunos aprovados no vestibular, para mim era muito importante o desenvolvimento emocional. Em um mundo cada vez mais mecânico e robotizado, as habilidades do futuro são exatamente as habilidades comportamentais (soft skills), que não são possíveis – ainda – de serem mimetizadas por um robô, que merecem destaque. Então dei muita ênfase para isso, mais até do que ao sistema de ensino apostilado!
3. Refeições em dia
Observe como é a área do refeitório ou da cantina da escola. Veja se eles oferecem alimentos saudáveis e refeições caseiras, e não apenas salgadinhos e outros ultraprocessados.
Se precisar, peça para visitar a cozinha ou consulte a nutricionista da escola para entender o que o seu filho irá consumir durante o período em que estiver por lá. Verifique ainda as condições de higiene e o cardápio semanal para não ter erros.
4. Brincadeiras e jogos
Estudar é sim importante, mas na infância, a brincadeira significa muito mais do que podemos imaginar!
Nela a criança representa a sua vivência, os papéis diferentes que assume as responsabilidades e as frustrações. Exprime sentimentos bons e ruins, elaborando o que eles significam para ela. Experimenta sensações novas percebendo como as enfrenta.
Portanto brincar significa mais do que passar o tempo, mas sim aprender a viver!
Verifique como funcionam os jogos e brinquedos que estão disponíveis ali para seu filho se divertir.
Mesmo que a escola não tenha um playground ou uma brinquedoteca, pergunte como os educadores fazem para divertir os pequenos, para despertar a imaginação e aliar as práticas com o ensino infantil.
5. Inclusão importa
Estamos no século 21, e é inegável que as escolas precisam estar adaptadas às crianças, incluindo as com necessidades especiais. Note como a instituição lida com esse tipo de acessibilidade, se há professores orientados nesse sentido, se há rampas e barras de apoio pelo ambiente escolar, e assim por diante.
E isso deve ser feito mesmo se o seu filho não possui algum tipo de necessidade especial. Até porque, ele pode aprender a conviver com as diferenças e demonstrar empatia naquele ambiente. Mostre para ele que é sempre bom entender o lado das outras pessoas desde cedo.
6. Limpeza e higiene
Não somente a cozinha precisa estar em boas condições. Observe o resto da escola: as salas de aula são limpas e arejadas? Na infância, muitas crianças costumam ter alergias, e ambientes com janelas e circulação de ar são importantes.
Outro detalhe: peça para ir ao banheiro. Veja se ele está limpinho, com papel higiênico, sabonete e outros itens de higiene pessoal. Pergunte como funciona para as crianças irem até lá, se escovam os dentes ao longo do dia.
7. Cuidados básicos
É claro que nem toda escola boa precisa ter uma mega estrutura com piscina ou um salão de jogos. Mas alguns cuidados e ambientes se mostram necessários, independente do local. Áreas que permitam o contato com a natureza, por exemplo, mesmo que seja uma hortinha ou um mini jardim, são aconselhados.
Caso a escola não tenha espaço o suficiente, pergunte se são realizadas visitas supervisionadas para lugares que possuem vegetação. Além disso, outro ambiente ou cuidado que não pode faltar é um local/pessoa para atendimento médico. Indague como é feito no caso de a criança passar mal, se eles possuem medicamentos, kit de primeiros socorros, enfermaria, etc.
8. Família na escola
Citei vários cuidados para se ter com a criança, mas os adultos também devem fazer parte dos processos ofertados pela instituição de ensino. Muito mais do que uma reunião pedagógica por trimestre, veja se o local dispõe de meios de comunicação para que os pais saibam o que acontece com seu filho todos os dias.
Algumas escolas fazem isso por meio de grupos nas redes sociais ou aplicativos, enquanto outras mandam recados na agenda ou caderno. Cheque ainda se os pais podem participar de alguns dos eventos com os filhos, algumas instituições permitem esse acompanhamento.
9. Proximidade e segurança
Mesmo que a escola atenda a todos os critérios citados, existem fatores fora do ambiente dela que também precisam ser levados em conta. Por exemplo, compensa mesmo atravessar a cidade se a escola é longe da sua casa? O trânsito na hora de ir e voltar é estressante? Se você ficar presa no trabalho ou tiver uma emergência, tem alguém que possa buscar a criança na escola?
E quanto à segurança, é um local que possui câmeras ou monitoramento por perto? Os policiais costumam fazer ronda escolar? Leve em consideração esses fatores, que por mais chatinhos que pareçam ser, também fazem a diferença no dia a dia.
10. Fator econômico
Por último, outro detalhe que sempre vale a pena se atentar é: o preço da escola cabe no meu bolso? Não somente o que vai ser gasto na matrícula e mensalidade, mas também outros gastos como passeios, alimentação, locomoção, material escolar, uniforme, livros, entre outros.
Lembre-se de perguntar tudo a respeito de preços e gastos para os diretores pedagógicos. Faça as contas e veja se isso não afetará de forma negativa em outras áreas da sua vida. Procure ainda por bolsas de estudo e descontos antes de fechar o valor final.
Quer conferir mais dicas sobre como escolher a escola do seu filho? No meu Instagram @gibelarmino_ você confere mais conteúdo sobre o assunto!
De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
Referências bibliográficas:
Choosing A School For Your Child. U.S. Department of Education, 2019.
10 Tips for Choosing the Best School for Your Child. Public School Review, 2021.