De problemas gastrointestinais à dor de dente, causas para as dores são diversas
O bebê com dor é uma das maiores preocupações dos pais nos primeiros meses após o parto. Por ser um universo novo para eles e a comunicação ainda precisar ser desenvolvida, nem sempre é fácil identificar quando o choro significa que algo está machucando ou incomodando o pequeno.
Porém, existem formas de saber se o recém-nascido está com dores devido a pequenos sinais que o corpo dá. Vou te explicar hoje quais são esses detalhes e o que fazer para acabar com essa sensação ruim no corpo do bebê:
Quais são as dores mais frequentes entre bebês e crianças?
Existem diversas formas de identificar um bebê com dor. A seguir, separei as situações mais comuns, mas reforço que, independentemente dos sintomas, é essencial buscar por ajuda médica para um diagnóstico mais preciso do problema:
Cólicas
Existem estimativas de que um a cada cinco recém-nascidos irá enfrentar uma crise de dores por conta da cólica. Esse tipo de dor é mais comum nos três primeiros meses e acontece porque o intestino do bebê está em formação, e as contrações internas acabam causando esse incômodo.
Quando a criança está com cólicas, o choro é mais estridente e agudo do que o normal, além do bebê, ficar virando a cabeça para os dois lados, a pele ficar vermelha e ele se encolher por conta da dor.
Aqui no De Mãe em Mãe, você pode conferir um texto explicando tudo a respeito das cólicas, incluindo as melhores maneiras de lidar com esse problema.
Excesso de gases
Muitas vezes confundido com a cólica, esse tipo de dor ocorre pelo fato de o bebê estar em processo de se acostumar com os gases internos, gerando um leve desconforto. Esse tipo de estorvo é mais comum entre a sexta e oitava semana de vida, mas pode acontecer um pouco antes ou depois.
Constipação
Quando o bebê sentir dores momentos antes da troca de fralda e as fezes tiverem um aspecto mais duro, pode ser um caso de constipação infantil. Em casos mais graves, o bebê pode até mesmo vomitar ou apresentar fezes com sangue.
Essa condição pode ser decorrente de outros problemas de saúde, de desidratação e de mudanças na dieta, especialmente por volta dos seis meses de vida, quando começa a transição para uma alimentação sólida.
Outras condições gastrointestinais
Em casos menos comuns do que os anteriores, o bebê pode receber o diagnóstico de outros problemas de saúde que afetam o intestino e/ou o estômago. É o caso da estenose pilórica, que acontece quando um músculo que liga os dois órgãos engrossa, impedindo que os alimentos passem. Ela é mais comum entre a segunda e a oitava semana de vida, mais frequente entre os meninos do que nas meninas.
Há ainda o refluxo, que é um tipo de irritação na área do estômago e do esôfago, que faz o leite materno voltar para a boca, gerando uma irritação no local. Infecções gastrointestinais podem ser comuns também, causadas por vírus e bactérias, que geram, além das dores, outros sintomas como febre, diarreia e vômito.
Intervenções médicas
Além das dores gastrointestinais, há ainda outros tipos de dores que podem acometer os pequenos. É o caso das dores pós-cirúrgicas, causadas por uma incisão, por um alongamento ou por um inchaço de tecidos e órgãos depois de um procedimento.
Exames de sangue, ou ainda vacinas também costumam ser o motivo de algumas das dores sentidas na infância, mas na maioria das vezes, elas passam com o tempo e são apenas reações naturais do corpo. Caso persistam, é importante entender o que continua causando essa dor e consultar seu pediatra.
Dentição
Por fim, outra causa possível das dores em bebês, por volta do quarto até o sétimo mês, é o crescimento dos primeiros dentinhos. Nesses casos, a gengiva fica mais avermelhada, a criança tende a mastigar mais objetos para ver se consegue aliviar a sensação de dor e pequenas ondas de febre podem surgir.
O que diferencia uma dor comum de uma mais grave?,
Se você está em dúvida se a dor que seu bebê está sentindo é comum ou se é um caso mais grave, sempre busque por ajuda de um profissional de saúde. Mas, além disso, vale a pena observar o comportamento do pequeno ao longo do dia.
A dor que ele está sentindo costuma ser passageira ou duradoura? Ela está atrapalhando a ponto de não deixá-lo se alimentar e se hidratar? Interfere em outras atividades do dia a dia, como na hora de dormir? Faça essas perguntas para entender se a dor que seu filho está sentindo é grave ou não.
Bebê com dor: como identificar nos primeiros meses de vida?
Mesmo com diferentes tipos, é possível encontrar um padrão para um bebê com dor. Veja a seguir os principais sinais:
· Choro agudo, que dura mais tempo sem uma resolução aparente
· Tensão corporal, como punhos fechados e braços e pernas encolhidos
· Inquietação e agitação mesmo durante o horário de dormir
· Mudanças na cor da pele, desde bebês corados até com palidez
· Suor excessivo
· Mudanças nas feições, como sobrancelhas franzidas, pupilas maiores que o normal, olhos frequentemente fechados.
O que fazer quando o bebê está com dor no corpo?
Uma vez que você identificou que seu bebê está com dor, aqui vão algumas dicas que podem te ajudar a aliviar essa sensação angustiante:
Tente acalmá-lo
Muitos dos sintomas relacionados à dor envolvem uma agitação por parte do bebê. Por isso, o primeiro passo é deixá-lo mais relaxado. Cubra-o com uma manta, pegue-o no colo e cante uma música, por exemplo. Ou então, leve-o para um local mais
Veja se ele amamentou ou se está sentindo fome. Troque também a fralda quando necessário. Acaricie a cabeça deles e as costas suavemente até que ele se tranquilize.
Faça pequenas distrações
Outra forma de tirar o foco da dor no bebê é dar um brinquedo, uma chupeta, uma mamadeira ou mesmo deixá-lo segurar o seu dedo para poder se distrair e esquecer um pouco da dor. Não é uma solução que sempre vai funcionar, mas ao menos pode ajudá-lo a se desestressar um pouco.
Cuidado com medicamentos
Como recomendação do pediatra, alguns medicamentos podem ser aliados no controle das dores em bebês. O paracetamol e o ibuprofeno podem aliviar a curto prazo os sintomas, mas requerem cautela.
O paracetamol só pode ser dado a partir de um mês, a cada quatro ou seis horas, com uma dosagem baseada na idade e peso, e nunca mais do que quatro vezes em um dia. Já o ibuprofeno só pode ser dado a partir de três meses, a cada seis a oito horas, nunca mais do que três vezes ao dia, e em doses relacionadas ao peso e idade do pequeno.
Por fim, nunca, em hipótese alguma, dê outro tipo de medicamento como aspirinas e relaxantes musculares para o bebê.
Ainda ficou com alguma dúvida sobre como identificar um bebê com dor? No meu Instagram @gibelarmino_ você confere mais dicas sobre esse tema, me segue por lá!
De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!
Referências bibliográficas:
Pain management in babies. Pregnancy Birth & Baby, 2022.
What parents need to know about pain in newborns. Harvard Medical School, 2020.
Abdominal Pain in Infants: 8 Possible Reasons Your Baby’s Tummy Hurts. Health Children Organization, 2023.
Recognizing and Managing Pain in Your Newborn/Neonate. Children’s Hospital in Philadelphia, 2012.