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Alimentos transgênicos fazem mal à saúde da criança?

Entenda o risco do consumo de alimentos transgênicos para o bem-estar dos pequenos

Na gestação, amamentação e principalmente na introdução alimentar, somos bombardeadas com as informações sobre a importância de priorizar alimentos mais saudáveis, que não levam conservantes ou corantes na fórmula e tentaros, sempre que possível, utilizar alimentos orgânicos ou sem transgênicos.

E com isso, surge um tipo de alimento que, até hoje, é cercado por dúvidas quanto às suas vantagens e riscos, especialmente nos primeiros anos de vida dos bebês: os chamados transgênicos.

Hoje eu vou te contar tudo a respeito de como identificar esses tipos de ingredientes, os motivos que fazem eles serem tão discutidos e quais riscos e benefícios eles podem trazer também para a saúde:

O que são alimentos transgênicos?

Em alguns rótulos de produtos do mercado, você já deve ter se deparado com um símbolo de um triângulo amarelo com a letra T bem no centro, certo? Esse é o indicativo que, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), se trata de um alimento transgênico.

Mas o que isso quer dizer? Que o ingrediente foi modificado geneticamente por meio de mudanças no código genético (DNA), e, portanto, acabou sendo criado em um laboratório de forma artificial com ajuda da engenharia genética.

Por um lado, esse procedimento é feito para evitar que pragas resistentes acabem devastando plantações, o que diminuiria a oferta dos alimentos no mercado e deixaria os preços mais elevados. 

Porém, essas modificações também possuem um efeito que pode afetar o meio-ambiente e, segundo alguns estudos, serem precursores de determinados casos de alergias na infância. Mas será que é verdade?

Quais os benefícios dos alimentos transgênicos?

Afinal, é mesmo necessário optar pela criação de alimentos com DNA replicado em laboratório? Graças ao auxílio da ciência, muitas famílias deixam de passar fome, já que as alterações no código genético permitem que os alimentos se tornem mais resistentes.

Com isso, muitas pragas e mudanças climáticas que antes poderiam dizimar plantações inteiras, acabam passando intactas pelos alimentos. Além disso, muitos transgênicos tendem a ser feitos com sementes ricas em mais nutrientes, e fazem com que a quantidade de agroquímicos usados seja relativamente menor.

Existem riscos em consumir alimentos transgênicos?

Por mais que os alimentos transgênicos sejam necessários, também podem existir riscos por trás desse tipo de alimento, segundo estudos científicos. A alteração de genes pode resultar em novas proteínas e aminoácidos que a ciência muitas vezes desconhece. 

E existem suspeitas de que eles podem ser responsáveis por desencadear processos alérgicos, especialmente entre as crianças, já que o sistema imunológico delas ainda está em formação nos primeiros anos de vida.

Outro problema, que também pode afetar os adultos nesse caso, é que os alimentos transgênicos podem levar a uma maior resistência a medicamentos antibióticos. A teoria é de que isso acontece porque na manipulação genética dos alimentos, os cientistas adicionam genes capazes de se defender de pragas com mais facilidade, o que pode afetar o organismo de quem está ingerindo este alimento e que está tentando se recuperar de uma infecção causada por vírus e bactérias.

Apesar disso, os estudiosos divergem quanto a esses potenciais riscos à saúde. Por mais que inúmeros estudos apontassem a princípio que os transgênicos seriam os responsáveis pelo surgimento de câncer e outras doenças, eles acabaram sendo descartados por falta de provas dessa relação.

Entretanto, talvez seja possível afirmar que o maior risco esteja em relação ao meio ambiente, já que alguns alimentos transgênicos podem causar danos à poluição de rios e leitos e também do ar e do solo em que estão sendo produzidos. Por serem resistentes a agrotóxicos ou possuírem propriedades inseticidas, o uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a aumentar a dose de agroquímicos ano a ano.

O Ministério do Meio Ambiente também aponta que as mutações genéticas são capazes de ocasionar em contaminação cruzada de alimentos e em uma maior perda na biodiversidade com o empobrecimento do solo.

Quais são os principais alimentos transgênicos?

alimentos transgênicos
Imagem: Canva

No Brasil, existe uma lista extensa de produtos geneticamente modificados. Os mais comuns incluem os grãos, como o milho. Ao comprar o de pipoca, por exemplo, observe se ele possui o símbolo amarelo com o T no rótulo, pois é um indicativo de composição transgênica. Alguns estudos sugerem que até 85% das lavouras brasileiras de milho sejam dessa forma.

A soja também é outra figurinha carimbada no ranking dos transgênicos. E consequentemente, os óleos desses alimentos, que usamos no dia a dia para refogar ou fritar ingredientes, estão entre os afetados pelas modificações feitas em laboratório.

Mas os transgênicos não são encontrados apenas nesses alimentos. A lista ainda pode incluir arroz, feijão, pães, biscoitos, massas, bolos, queijos, entre outros produtos. Entre as carnes, uma das que mais possuem alterações genéticas é o salmão.

Já entre as frutas e verduras, é mais difícil encontrar essa modificação ao comprar algo diretamente fresco na quitanda ou na feira. Porém, alguns produtos como mamão papaia e abobrinha podem conter pequenas modificações, especialmente quando importadas.

Então eu preciso mudar a alimentação dos meus filhos?

Não necessariamente, uma vez que muitos dos alimentos que compramos podem conter ingredientes transgênicos e não serem danosos à saúde, já que faltam estudos científicos que comprovem esses riscos. 

Vale destacar que nem todos os pais têm condições de comprar alimentos orgânicos, seja pelo preço elevado de alguns desses produtos ou devido à dificuldade de achá-los perto de casa. 

O que você precisa observar é se após o consumo desses alimentos, o seu bebê está apresentando sintomas de alergia alimentar, e nesses casos, pode ser necessário suspender o consumo. 

Se ainda assim você quiser se livrar de vez dos alimentos transgênicos, aqui vão duas dicas:

Leia o rótulo

Sem dúvidas, a parte mais importante é se atentar nas embalagens dos produtos que você encontra no supermercado. Por lei, desde 2003, as empresas alimentícias são obrigadas a colocar o símbolo do triângulo amarelo com a letra T na frente de produtos modificados geneticamente. 

Busque alternativas

Existem feiras e mercados que são especificamente preparados para receber apenas produtos orgânicos, ou seja, livres de agrotóxicos e de alterações genéticas. Consulte o site do Idec para encontrar os locais mais próximos de sua residência: https://feirasorganicas.org.br/ 

No meu Instagram @gibelarmino_  você confere mais dicas sobre alimentação saudável para as crianças.

De mãe em mãe, construiremos um novo maternar!

Referências bibliográficas:

Andrew S. et al. OMG GMO! Parent-child conversations about genetically modified foods. Cognitive Development, 2020. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0885201420300496

Behrokh M. et al. Genetically Modified Foods and Social Concerns. AJMB, 2011. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3558185/

Saiba o que são os alimentos transgênicos e quais os seus riscos. Idec, 2022.  https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos

Alimentos transgênicos: o que são, como são produzidos, vantagens e riscos. União Pioneira de Integração Social (UPIS), 2019.

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